Professor da UNIP é um dos pioneiros em técnica de titânio em próteses

O professor do programa de mestrado em Odontologia e coordenador do Centro de Prevenção e Detecção do Câncer Bucal da Universidade Paulista (UNIP), Luciano Dib, foi destacado, em uma matéria especial da revista Carta Capital, como um dos pioneiros a trazer a técnica de uso de titânio em próteses faciais (antes restrita à odontologia) ao Brasil.

 

A origem da técnica, que pretende dar nova vida a pacientes que tenham sofrido traumas e mutilações, baseia-se no conceito da osseointegração, descoberto nos anos 1950, acidentalmente, pelo médico sueco Per-Ingvar Branemark.

 

Branemark pesquisava de que forma as células sanguíneas eram produzidas na medula óssea quando passou a utilizar câmeras de observação em titânio, presas à tíbia de coelhos. Logo o pesquisador percebeu que o titânio permanecia colado ao osso dos animais, fato que mudou o foco de suas pesquisas.

 

Em 1982, apresentou um estudo sobre a aplicação de pinos de titânio para próteses faciais e, com o decorrer dos anos, influenciou vários profissionais, que, engajados, deram continuidade ao estudo.

 

Segundo Luciano, um desses colaboradores, o principio do procedimento é ípraticamente o mesmo dos implantes dentários (só há modificações no formato das peças de titânio) e ele é indicado a casos em que a cirurgia plástica não é capaz de reabilitar o paciente.  'Há numerosos casos de pacientes que perderam a orelha, o nariz, o olho e a pálpebra, e que, agora, dispõem de implantes fixos', declarou o professor em entrevista à revista Carta Capital.

 

O acesso à técnica embora venha sendo ampliado no Brasil, ainda enfrenta limitações e obstáculos, sobretudo por causa da recusa de muitos planos de saúde em bancar o tratamento. 'A grande desculpa das empresas para negar o tratamento é que se trata de um procedimento plástico, estético. Nada disso. Trata-se da reabilitação de pessoas que foram deformadas devido a alguma enfermidade. Não adianta retirar um tumor e deixar a pessoa mutilada', esclareceu o professor da UNIP, ainda na entrevista à revista Carta Capital.