Fitoterapia: pesquisadores nacionais e internacionais reúnem-se em Simpósio na UNIP Indianópolis
O aumento do conhecimento sobre os fitoterápicos, medicamentos feitos a partir de extratos vegetais, é uma demanda premente e atual da sociedade. Sua importância milenar é um dos temas mais estudados pela academia e seus produtos têm gerado interesse crescente da indústria. Hoje, a utilização dos fitoterápicos ultrapassou o consumo humano, alcançando a indicação a animais, para a mitigação de doenças epidemiológicas, e cuidados com o meio ambiente. A essa abordagem integrada, que reconhece a conexão entre a saúde humana, animal, vegetal e ambiental dá-se o nome de Saúde Única ou Uma só Saúde, tradução do termo em inglês One Health®.
Em trabalho conjunto com a Sociedade Brasileira de Farmacognosia, ciência que estuda e discute o uso medicinal de plantas com base em evidência científica, a UNIP Indianópolis foi sede do XV Simpósio Brasileiro de Farmacognosia, realizado de 20 a 23 de maio, cujo tema foi Fitoterapia e Saúde Única.
A Magnífica Reitora da UNIP, Sandra Miessa Di Genio, abriu o evento no Teatro João Carlos Di Genio, com a presença da mestre de cerimônias, jornalista Sílvia Vinhas; da vice-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da UNIP, professora doutora Marina Soligo; do diretor do Instituto de Ciências da Saúde (ICS-UNIP), professor doutor Luiz Felipe Scabar; da presidente da comissão organizadora do evento, professora doutora Ivana Barbosa Suffredini; e do vice-presidente da Sociedade Brasileira de Farmacognosia, professor doutor Leopoldo Clemente Baratto.
Com um público significativo de 319 congressistas de vários estados brasileiros e estrangeiros provenientes da China, Polônia, Chile, Paraguai, Canadá e Portugal, cerca de 20% dos inscritos eram da UNIP. “Nossos alunos, professores e pesquisadores usufruíram da presença dos mais brilhantes cientistas da área em sua própria casa e compartilharam também com eles todo o seu conhecimento. Foi construído um ambiente acolhedor, rico em conhecimento e trocas de experiências”, comemora Ivana Suffredini, professora do Programa de Pós-Graduação em Patologia Ambiental e Experimental da UNIP.
Distribuídos em nove sessões temáticas relevantes para a área, os pesquisadores apresentaram 211 trabalhos sobre temas como a prospecção de produtos naturais; o isolamento e caracterização estrutural de produtos naturais; a atividade biológica, farmacológica e toxicológica de produtos naturais; o controle de qualidade de matérias-primas vegetais e fitoterápicos; a farmacobotânica; a etnociência humana e veterinária; a tecnologia de fitoterápicos e fitocosméticos; a fitoterapia clínica e a saúde única; e a importância dos fitoterápicos e plantas medicinais no controle e prevenção de doenças endêmicas.
“Com base nessa demanda, as mesas-redondas e conferências ofereceram aos congressistas a possibilidade de aumentarem seu conhecimento nas diversas áreas abrangidas por essa ciência, trazidas à interface das ciências humanas, animais e ambientais”, complementa Ivana.
No primeiro dia do simpósio, foram ministrados sete minicursos que abordaram temas como o uso de cannabis medicinal em humanos e na veterinária, os estudos metabolômicos, novas técnicas de separação de princípios ativos e marcadores a partir de extratos vegetais.
Já no segundo dia, renomados pesquisadores nacionais e internacionais proferiram palestras sobre as tecnologias aplicadas à fitoterapia e à farmacognosia; os diferentes usos de plantas medicinais na medicina veterinária e projetos de extensão universitária; os produtos naturais e seu desenvolvimento na agricultura; o potencial terapêutico de espécies do gênero Plectranthus; e a identificação de agentes carrapaticidas a partir de óleos essenciais de plantas medicinais e etnoveterinária.
A professora doutora Nilsa Wadt, do curso de Farmácia da UNIP e também responsável pela organização do Simpósio, ministrou o curso Fitoterapia Clínica. O professor doutor Marcos Pereira, também docente de Farmácia da UNIP e membro do comitê organizador local, falou sobre Aromaterapia.
No terceiro dia, foram abordados temas como farmácias vivas, a própolis e sua importância, as abelhas e seu papel ecológico, os estudos de etnofarmacognosia – que dizem respeito à relação dos povos tradicionais originários e quilombolas e o uso de plantas medicinais em religião de matriz africana –, e o uso de psicoativos como novos tratamentos clínicos.
O último dia do evento trouxe ao palco representantes de toda a cadeia produtiva do fitoterápico, incluindo do Ministério da Saúde, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e de empresas como Centroflora, Finzelberg e Herbarium. Também estiveram presentes a Associação Brasileira das Empresas do Setor Fitoterápico, Suplemento Alimentar e de Promoção da Saúde (ABIFISA) e a Associação Brasileira de Aromaterapia e Aromatologia (ABRAROMA). A mesa, mediada pelo professor doutor Alípio de Oliveira do Carmo, coordenador geral do curso de Farmácia da UNIP, reteve uma plateia entusiasmada de estudantes, que tiveram a oportunidade de estabelecer um contato próximo com a indústria farmacêutica.
“A realização do XV Simpósio Brasileiro de Farmacognosia foi um marco para muitos alunos de graduação e pós-graduação. Muitos foram apresentados ao universo científico e tiveram a oportunidade de vivenciar a vida acadêmica em sua maior expressão durante os dias do evento; outros, já atuantes, tiveram a possibilidade de fazer novas conexões e de expandir as possibilidades científicas nas diferentes trocas de experiência”, conclui Suffredini.