Autor(a): Ana Maria de Souza Souto
Orientador(a): Eduardo Fernandes Bondan
Data da defesa: 26/08/2010
Resumo: O objetivo deste trabalho foi o de investigar as possíveis consequências da administração de uma endotoxina, o lipopolissacarídeo (LPS), no comportamento maternal de ratas cujas mães receberam o LPS na gestação. Para tanto, a prole feminina de ratas cujas mães foram tratadas com a endotoxina no 9,5º dia da gestação foram cruzadas, com observação de seu comportamento maternal e maternal agressivo, bem como da atividade geral em campo aberto. Após as observações comportamentais, os encéfalos destas fêmeas foram retirados e analisou-se, por imuno-histoquímica, a expressão astrocitária de GFAP no núcleo accumbens. Os resultados mostraram que, em relação aos animais do grupo controle, aqueles do grupo experimental apresentaram: 1) no comportamento maternal, aumento significante na latência para recolher os filhotes e agrupá-los; 2) no comportamento agressivo maternal, maior latência para o primeiro ataque, menor número e tempo de ataques, bem como diminuição da porcentagem de filhotes no ninho ao término das observações; 3) nenhuma alteração em parâmetros da atividade geral e na expressão astrocitária de GFAP do núcleo accumbens. Concluiu-se que a administração pré-natal de LPS promove na prole feminina de ratas alterações importantes no cuidado materno, fato que tem importância na sobrevivência das demais gerações.
Palavras-chave: Lipopolissacarídeo; Comportamento Maternal; Núcleo Accumbens.
Área de Concentração: Imunopatologia Veterinária.
Linha de Pesquisa: Modelos Experimentais em Imunopatologia e Imunotoxicologia.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Toxicologia do sistema nervoso central.
Autor(a): Lívia Pereira Teixeira
Orientador(a): Maria Martha Bernardi
Data da defesa: 29/01/2010
Resumo: Algumas evidências indicam que a ativação imune aguda com LPS no período neonatal modifica diversos processos fisiológicos, comportamentais e a resposta a doenças na idade adulta, os quais são modulados pelo tempo de exposição, sexo e estímulo imunológico. Este trabalho investigou os efeitos comportamentais da ativação do sistema imune por LPS (50μg/kg) prole feminina e masculina de ratas administrado no 2º dia de vida pós-natal. Estes ratos receberam na idade adulta um desafio com a mesma endotoxina (100μg/kg) antes das observações comportamentais e da análise do sistema imune. Empregaram-se modelos animais ligados à emocionalidade/exploração, ansiedade e depressão e analisaram-se os níveis de corticosterona plasmática, o leucograma, células hematopoiéticas medulares e os níveis de citocinas no sangue, baço e linfonodos após o desafio com LPS. Os resultados mostraram que a administração neonatal de LPS alterou o dimorfismo sexual nos modelos comportamentais estudados após o desafio com a endotoxina, na celularidade sanguínea e medular bem como nos níveis de citocinas. Os resultados sugeriram que a ativação precoce do sistema imune por LPS promove comportamento doentio e menor ansiedade em fêmeas e não em machos. Por outro lado, ratos machos do grupo experimental não apresentaram comportamento doentio, e sim menores sinais de ansiedade e depressão. A análise do número total de leucócitos circulantes e de células da medula óssea indicou que houve aumento significante em ratos machos do grupo experimental com relação àqueles do grupo controle. Não houve alterações nestes parâmetros nas fêmeas de ambos os grupos. Em relação à dosagem de citocinas no linfonodo, as fêmeas expostas neonatalmente ao LPS secretaram mais IL-1β que machos de mesmo tratamento e muito mais que fêmeas que não foram tratadas neonatalmente com LPS; resultados similares foram vistos quando da dosagem de TNFα, porém sem significância estatística. No baço não foram observadas alterações entre os grupos nos níveis de IL-1β, porém, fêmeas tratadas neonatalmente secretaram mais TNFα que fêmeas e machos dos grupos não tratados; em machos tratados neonatalmente houve menor secreção de TNFα neste local. No soro verificou-se a existência de dimorfismo sexual nas secreções de IL-1β e TNFα. O tratamento com LPS apenas na idade adulta aumentou a secreção de IL-1β em relação aos machos de grupo de mesmo tratamento. Com relação aos níveis sericos da corticoesterona verificou-se aumento significante nas fêmeas tratadas com salina e desafiadas com o LPS; porém, aquelas femeas também tratadas neonatalmente e desafiadas com a endotoxina não apresentaram aumento nos níveis deste hormônio. Nos machos dos dois grupos não foram detectadas diferenças significantes. Estes dados permitem sugerir que a exposição em período precoce da vida ao LPS em fêmeas promove maior comportamento doentio, menor ativação do eixo hipotalâmico-hipofisário-adrenal, maiores níveis de IL-1β no soro e linfonodos e nenhuma alteração na celularidade avaliada, o que corrobora com a redução neste grupo dos níveis de corticosterona. Em machos a administração neonatal de LPS seguida, na idade adulta, do desafio imune não promoveu comportamento doentio no campo aberto, não alterou a ansiedade no labirinto em cruz elevado e reduziu a depressão no modelo de natação forçada. Por outro lado, observou-se nestes animais redução significante na celularidade sanguínea e medular e redução na secreção de TNFα no baço.
Palavras-chave: Lipopolissacarídeo. Depressão. Ansiedade. Atividade Geral, Dimorfismo Sexual. Imunidade.
Área de Concentração: Imunopatologia Veterinária.
Linha de Pesquisa: Modelos Experimentais em Imunopatologia e Imunotoxicologia.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Toxicologia do sistema nervoso central.
Autor(a): Tatiana Venturini Ferreira
Orientador(a): Lucia Cristina Jamli Abel
Data da defesa: 18/05/2010
Resumo: Entre os efeitos exercidos pela Propionibacterium acnes, o mais relevante é a capacidade de modular a resposta imune celular Th1 /Th2. Recente trabalho do nosso grupo demonstrou que ovinos tratados com imunoestimulante composto de LPS e Propionibacterium acnes apresentaram baixa contagem de ovos nas fezes (OPG), aumento nos eosinófilos circulantes e linfócitos e também na resposta proliferativa a mitógeno. Neste trabalho, avaliamos o efeito modulador da fração polissacarídica solúvel de P. acnes no tratamento da verminose em ovinos. Os ovinos foram divididos em 2 grupos: I- animais que receberam 3 doses de fração polissacarídica de P. acnes (300 ug/ml) e II- animais que receberam solução salina 0,9% (grupo controle). Os resultados mostraram que o OPG nos animais tratados com fração polissacarídica de P. acnes foi significativamente menor que o grupo controle no 7º e 10º dia após a primeira administração. No mesmo grupo, 5, 7 e 10 dias após o tratamento, ocorreu aumento significativo nas contagens de leucócitos circulantes e eosinófilos com aumento de linfócitos no 10º dia quando comparado ao grupo controle. Observamos correlação significativa entre OPG e a contagem de leucócitos (r=-0,6263; p=0,0264); OPG e eosinófilos (r=-0,5547;p=0.0481); OPG e contagem de linfócitos (r=-0,6084;p=0,0310). Os níveis de IL-5 e IgE foram maiores no grupo tratado em relação ao controle. A porcentagem de células T CD4+ e a expressão de moléculas do MHC de classe II em células do linfonodo abomasal foram maiores nos animais do grupo tratado. Na análise histológica, a mucosa abomasal dos animais tratados apresentou uma maior atividade celular com presença de células linfoides e aumento da reatividade dos linfonodos abomasais em relação ao controle. Nossos achados sugerem que o tratamento com a fração P. acnes solúvel pode estimular mecanismos de resistência direcionando a resposta para o tipo Th2 com ativação de células linfoides na mucosa abomasal e linfonodos e, desta forma, atuar contra a infecção por nematoides.
Palavras-chave: Verminose; Haemonchus Contortus; Imunoestimulante; Ovinos.
Área de Concentração: Imunopatologia Veterinária.
Linha de Pesquisa: Avaliação Imunopatológica das Enfermidades Infecciosas e Parasitárias.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Clininfec - Clínica e doenças infecciosas veterinárias.