Autor(a): Homero Leoni Bazanini
Orientador(a): Malena Segura Contrera
Data da defesa: 14/08/2018
Resumo: Esta pesquisa analisa a representação do pai no imaginário midiático criado pelos seriados norte-americanos, que, como os demais ditames das produções cinematográficas oriundas dos Estados Unidos, exercem forte influência sobre as demais sociedades midiatizadas ocidentais. Em consonância com esta assertiva, constatam-se transformações nas estruturas, relações e hierarquias familiares decorrentes dos seriados norte-americanos, principalmente na figura paterna. O corpus da pesquisa é formado por nove seriados norte-americanos em três épocas distintas. Até a década de 1970: ‘Papai sabe tudo’, ‘A feiticeira’ e ‘Tudo em família’; entre os anos 1980 e os anos 2000: ‘Os Simpsons’, ‘Raymonds & Cia.’ e ‘Três é demais’, e no século XXI: ‘Família moderna’, ‘O arqueiro verde’ e ‘Uma família no meio do nada’. O objetivo da pesquisa é identificar as transformações na figura paterna presente no imaginário cultural das produções norte-americanas e averiguar se podem ser consideradas um sintoma cultural mais amplo por intermédio do método da complexidade com os seus operadores hologramático, dialógico e recursivo. A pesquisa baseia-se em quatro eixos teóricos: mimese na cultura, vínculos comunicacionais, imaginário cultural e a relação entre mídia e mito. Os resultados apontam a mimese como determinante na formação do imaginário cultural acerca da família e constatam, também, uma forte presença dos vínculos paternais do primeiro período e uma diminuição gradativa desses vínculos ao longo do tempo, pois o arquétipo dominante inicialmente era o do deus grego Cronos, castrador e limitador, e, contemporaneamente, o arquétipo dominante é Urano, que rompe com a tradição e pode ter mais dificuldade para criar vínculos, mas ambos estão ligados ao domínio da figura paterna perante os demais familiares e na cosmologia mitológica representam a disputa pelo poder.
Palavras-chave: Figura Paterna; Imaginário Cultural; Seriados norte-americanos; Mito e Mídia.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Contribuições da mídia para a interação entre grupos sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia e Estudos do Imaginário.
Autor(a): José Aparecido Batista Junior
Orientador(a): Simone Luci Pereira
Data da defesa: 14/05/2018
Resumo: Os estudos sobre cidadania, cultura do consumo, cotidiano, comunicação, cultura, diferenças, políticas sociais, cidade, globalização e circulação são discutidos nesta tese não apenas a partir dos modelos clássicos, mas também por meio dos Estudos Culturais Britânicos (ECB) e da interdisciplinaridade. Com a diversidade cultural surgem novos hábitos de consumo, interferindo no pertencimento do sujeito, nas práticas cidadãs e nos processos de identidade. Relacionamos subalternidade e cultura do consumo para questionar e fissurar o pensamento hegemônico que dita o que as pessoas em situação de miserabilidade econômica devem possuir e onde permanecer na cidade, o que influencia as interpretações dos gestores das políticas públicas sociais e culturais. A pesquisa visa ultrapassar os estudos restritos às questões de classe em um momento em que há maior participação e visibilidade de grupos subalternos em meios de comunicação de massa, porém as informações transmitidas ainda são as que não confrontem os interesses próprios e do Estado (DOWBOR et al., 2000), impedindo o pleno exercício de práticas cidadãs e acesso à informação. O consumo aqui é um método para pensar, socializar e acessar a vida cotidiana, não sendo entendido como um ato irracional do grupo não hegemônico. Discutimos o processo de formação da cidade sob a óptica intercultural, interessando o entrelaçamento da vida individual com a coletiva, na qual a diferença ganha espaço para a promoção do diálogo, com orientação e viés da comunicação e da cultura do consumo. As visitas de campo, as entrevistas e a etnografia das práticas do consumo serviram para a construção mais próxima do cotidiano dos sujeitos da pesquisa. As falas apresentadas auxiliaram o entendimento do processo de formação dos bairros estudados, os trânsitos, os pertencimentos e as práticas do consumo na(da) cidade a partir do não hegemônico e a partir da escuta da voz do subalterno. Relacionamos o consumo e o cotidiano, perpassando por questões econômicas, sobretudo em função da má distribuição da riqueza socialmente produzida. Ao sermos orientados pela cultura do consumo, analisamos o cotidiano e o território em que o indivíduo vive, indo além do local de moradia, apropriando-nos do cotidiano.
Palavras-chave: Cultura; Consumo; Cidadania; Subalternidade; Cidade; Comunicação.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Contribuições da mídia para a interação entre grupos sociais.
Autor(a): Sueli Ferreira Schiavo
Orientador(a): Malena Segura Contrera
Data da defesa: 29/05/2018
Resumo: A presente pesquisa tem por objetivo investigar as repercussões da ausência de mediação ou monitoramento dos pais sobre o uso da mídia eletrônica pelas crianças de 0 a 6 anos, uma vez que se considera que a exposição de crianças à mídia eletrônica afeta a cognição, as emoções, os valores sociais e tem impacto representativo em caso de hiperexposição. Observa-se que, na sociedade contemporânea capitalista, a produção de conteúdos mediáticos visa prioritariamente à obtenção de resultados que promovem o consumo e que atendem especificamente a interesses privados. Este trabalho buscou fundamentar o conceito de infância nas visões de pesquisadores de diferentes disciplinas, analisando como a hiperexposição no uso da tecnologia eletrônica pode afetar o corpo (sensorial, emocional e cognitivamente), e de que forma isso pode ser entendido como possível abandono da criança. Trata-se de um estudo teórico qualitativo, que faz uma pesquisa bibliográfica e documental nas bases de dados sobre o que já foi observado por outros estudos e experimentos especializados nessa temática, com crianças urbanas, de ambos os sexos, na faixa etária referida, de diferentes núcleos familiares e condições socioeconômicas diversas. O referencial teórico fundamentou-se em autores tais como António Damásio, Christoph Wulf, Nicholas Carr, Norval Baitello Jr., Vilém Flusser, entre outros, dentro de uma visão da Comunicação pautada pela Teoria da Complexidade de Edgar Morin, que possui uma perspectiva conjuntural. Procura avaliar contextos para além dos fenômenos isolados, por isso uma tendência naturalmente interdisciplinar, com certo grau de paradoxalidade de fenômenos vivos, incluindo os de Comunicação Social, o que fica evidente quando se analisa o protagonismo dos pais e responsáveis no acompanhamento.
Palavras-chave: Criança; Mídia; Hiperexposição.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Contribuições da mídia para a interação entre grupos sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia e Estudos do Imaginário.
Autor(a): Amanda Gaspar Monteiro Traballi
Orientador(a): Gustavo Souza da Silva
Data da defesa: 18/06/2018
Resumo: A literatura utiliza-se das palavras e das imagens para manifestar um conteúdo, enquanto o cinema dispõe das palavras, imagens e dos sons, e este trabalho objetivou analisar a transposição de um meio para o outro, discutindo conjunções e disjunções, bem como singularidades. Teve como objetos de estudo o livro ‘A invenção de Hugo Cabret’, de Brian Selznick (2007), e o filme ‘Hugo’ (‘A Invenção de Hugo Cabret’, na versão em português), adaptado pelo diretor Martin Scorsese (2011). Por meio da semiótica greimasiana, foi possível percorrer o processo de adaptação, identificando as estratégias de enunciação utilizadas pelo diretor do filme para realizar a transmutação, segundo Jakobson. A metodologia de análise foi decupagem de cenas do filme e a descrição das imagens do livro, que, colocadas lado a lado, contribuíram para analisar a transmutação entre as obras. Levamos em consideração as três principais formas de se envolver com histórias propostas por Hutcheon e propusemos as etapas sobre “o contar”, “o mostrar” e “o reconhecer”. Evidenciamos o brilhantismo do escritor e ilustrador em contar por meio de palavras e desenhos (300 páginas, das 530, são ilustrações) que sinalizaram cenas e roteiro para Martin Scorsese que imprimiu seu talento para ampliar a homenagem ao cinema proposta no livro que inicialmente parece ser apenas uma aventura infantil, mas constrói dois Programas Narrativos, o de Hugo Cabret e de George Méliès, que se fundem ao final. Destacamos, também, as múltiplas camadas de metalinguagem presentes nas obras e entre elas: da literatura sobre a literatura, do cinema dentro do filme, bem como do livro sobre a história do cinema e do filme finalizando com a escrita de um livro, como que encerrando o ciclo. Este trabalho, portanto, pretende contribuir com estudos críticos sobre adaptação livro-filme com base na semiótica e valorizar a identidade de cada arte e seu diálogo.
Palavras-chave: Adaptação; Transmutação; Metalinguagem.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de linguagens e produtos audiovisuais na cultura midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia, Cultura e Memória.