Autor(a): Janete Monteiro Garcia
Orientador(a): Paolo Demuru
Data da defesa: 14/02/2020
Resumo: O presente estudo propõe uma análise semiótica sobre a construção da imagem das candidatas à presidência da República na mídia impressa brasileira, entre 1989 e 2018. A primeira mulher a participar do pleito foi Lívia Maria Ledo Pio de Abreu, em 1989. Em 1998, quase dez anos depois, Thereza Ruiz postulou ao cargo. Já em 2006, Ana Maria Rangel e Heloísa Helena, entraram na disputa. Quatro anos mais tarde, em 2010, Dilma Rousseff e Marina Silva foram candidatas. Em 2014, Dilma Rousseff concorreu à reeleição, com Marina Silva e a ex-deputada Luciana Genro. Nas eleições de 2018, três candidatas concorreram ao pleito: Marina Silva, Vera Lúcia e Manuela D’Ávila, que uma semana após oficializar candidatura pelo PCdoB, desfez a mesma para compor a chapa do Partido dos Trabalhadores (PT) como vice de Fernando Haddad. Nosso principal problema de pesquisa consiste em mostrar as formas de atuação da mídia na construção da imagem das candidatas às eleições presidenciais. A esse respeito, são quatro as hipóteses que defendemos: a primeira, de caráter geral, é de que a mídia atuou disforicamente na composição de cada candidata como sujeito incapaz de exercer a função a qual se propunha; a segunda, é que por meio da linguagem verbal e imagética, os discursos políticos e midiáticos veiculados pelo O Globo, O Estado de S. Paulo (Estadão), A Folha de S.Paulo, Revistas Veja, Isto É, Exame e Época criaram e propagaram estereótipos de gênero desqualificando as candidatas, reiterando em cada um desses processos a cultura do preconceito, da submissão, do sexismo e da misoginia que permeia o cenário político brasileiro; a terceira, é que esses estereótipos se consolidam por meio da emergência de precisos papéis temáticos (a bruxa, a histérica, etc.); a quarta é que, conforme a teoria da narratividade proposta pela Escola Francesa da Semiótica de Algirdas J. Greimas, dificilmente a mulher consegue se firmar como “sujeito”, ficando no máximo com o papel actancial de “adjuvante” ou ajudante”. A projeção divulgada pelo Fórum de Davos, na Suíça (G1, 2018), aponta que levará aproximadamente 200 anos para que os direitos da mulher sejam respeitados, entre outras estatísticas assustadoras, o que inspirou a realização desse trabalho. Usamos como base para fundamentação teórica e metodológica os conceitos semióticos fundados em Greimas e Courtés (2008), Greimas (1984, 2017, 1975), Eric Landowski (1992, 2004, 2012, 2014), Jean-Marie Floch (1987), Ana Cláudia Oliveira (2004), autores da área da comunicação como Muniz Sodré (2016), da semiótica e política Paolo Demuru (2018, 2019) e Maria Paula Piotto da Silveira Guimarães (2012), além de outros que pesquisam gênero incluindo Adriana Piscitelli (2009) e no campo da representação da mulher na mídia e na política, Flávia Biroli (2010), Fernanda Ferreira Mota (2014) e Luis Felipe Miguel (2009), do Instituto de Política da Universidade de Brasília.
Palavras-chave: Política, Semiótica, Greimas.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Contribuições da Mídia para Interação entre Grupos Sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Semiopol - Semiopolítica dos Processos Socioculturais e Midiáticos.
Autor(a): Antonio Roberto Rossi
Orientador(a): Paolo Demuru
Data da defesa: 20/02/2020
Resumo: Esta pesquisa objetiva analisar, sob o prisma da semiótica discursiva de Algirdas Julien Greimas e da sociossemiótica de Eric Landowski, os efeitos de sentido do discurso de Jair Bolsonaro em sua campanha à Presidência da República em 2018. Considerando sua performance eleitoral em que obteve 55% dos votos válidos, como aquele candidato teve competência modal (GREIMAS, 2014, p. 106) para que o eleitor aderisse às suas propostas manifestando a sua confiança por meio do voto? Pressupomos que o então candidato utilizou discursos em que o tema da verdade fez parte de um processo manipulatório para seduzir uma parcela da sociedade que via a política de forma disfórica e desejava uma renovação dos quadros políticos em função de acusações por ineficiência e corrupção. Para compreensão desse fenômeno, nossa pesquisa tem como objetivo geral analisar como o efeito de sentido de parecer-verdadeiro foi produzido no interior do discurso de Bolsonaro e como ele se manifestou nos processos interacionais. Como objetivos específicos, procuraremos: a) entender os modos de produção do efeito de verdade na campanha presidencial; b) analisar as recorrências narrativas, figurativas e temáticas da campanha e; c) apontar caminhos para novos estudos sobre esse tema. Para isso, utilizaremos o arcabouço teórico-metodológico da semiótica de linha francesa de Algirdas Julien Greimas (1973, 1975, 1979, 2002, 2014, 2018), e dos regimes de interação e presença de Eric Landowski (1992, 2002, 2014, 2017), obras e artigos de autores como Ana Cláudia de Oliveira (1995), José Luis Fiorin (2001, 2011), Paolo Demuru (2018, 2019) e Umberto Eco (1991), que ofereceram contribuições imprescindíveis para o desenvolvimento deste trabalho. Nosso corpus foi montado a partir da coleta de materiais audiovisuais e imagéticos da campanha oficial de Jair Bolsonaro, buscando selecionar aqueles que estivessem direta ou indiretamente relacionados com o tema desta pesquisa e situados em um recorte temporal que vai de 31 de agosto de 2018 a 27 de outubro de 2018, período da campanha oficial autorizado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Os resultados apontam para a utilização de discursos conservadores que criaram um efeito de verdade e, aliados a regimes de presença, produziram contágio estésico que envolveu e seduziu o eleitor.
Palavras-chave: Verdade; Bolsonaro; Semiótica; Política; Eleições.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Contribuições da Mídia para Interação entre Grupos Sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Semiopol - Semiopolítica dos Processos Socioculturais e Midiáticos.
Autor(a): Felipe Vidal Lourenço
Orientador(a): Paolo Demuru
Data da defesa: 02/03/2020
Resumo: O objetivo do presente estudo é analisar o papel do futebol no discurso político do 38º Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, tanto no âmbito verbal como imagético. Para tanto, recortamos um corpus composto da utilização das camisas de agremiações do futebol nacional e de seleções utilizadas durante sua campanha política em 2017, até seu primeiro ano de mandato, em 2019, bem como o apoio que seu uso gerou em personalidades do esporte. A fim de demonstrar os elos entre esses fatores, serão analisadas: treze camisas de times de futebol, sendo dez de equipes brasileiras, uma de um time de Portugal e duas seleções mundiais, postadas como foto ou vídeo nas plataformas oficiais do atual presidente Bolsonaro, em canais como Youtube, Facebook, Instagram e Twitter. Para isso, será utilizada a teoria de A. J. Greimas (1984), a qual corresponde à semiótica plástica e figurativa nos enquadramentos vinculados pelas redes sociais, e também o autor Eric Landowski (2014), cuja teoria que objetiva os regimes de sentido e interação, com enfoque no ajustamento e moldada para a estesia e competência estésica que serão geradas. Com o intuito de corroborar com estesia, vagueza, símbolos nacionais e corpo, utilizando-se as teorias de Paolo Demuru (2018) e Yvana Fechine (2002). Tratando-se da construção do destinador e destinatário, será utilizado Luiz Tatit (2010), que foca no destinador transcendente. A hipótese a ser comprovada reside na constatação de que, a partir da utilização das camisas de times de futebol, Bolsonaro tentou ser presente e integrante de todos os grupos e torcidas de tais agremiações, fazendo com que os discursos dos atletas do futebol e de Jair Bolsonaro se fundissem.
Palavras-chave: Bolsonaro; Futebol; Símbolos; Estesia; Semiótica.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Contribuições da Mídia para Interação entre Grupos Sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Semiopol - Semiopolítica dos Processos Socioculturais e Midiáticos.
*O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
Autor(a): Nayara Carla Domingos
Orientador(a): Clarice Greco Alves
Data da defesa: 31/03/2020
Resumo: A pesquisa analisa o processo de adaptação enquanto releitura e apropriação da peça Romeu e Julieta de Shakespeare. O enfoque da pesquisa está em duas produções cinematográficas brasileiras de alcance popular: O casamento de Romeu e Julieta (2005), dirigido por Bruno Barreto, e Era uma vez (2008), dirigido por Breno Silveira, ambos coproduzidos pela Globo Filmes. Para analisarmos os intertextos e as apropriações que as duas adaptações fílmicas brasileiras criaram, recorremos a análises comparativas entre a peça de Shakespeare e os filmes. Para isso, pesquisamos o contexto de produção, ou seja, o momento de efervescência cultural da Inglaterra, no qual se destaca o teatro elisabetano e Shakespeare. Também foi fundamental recorrermos às influências e as características de cada um dos gêneros em questão (tragédia e comédia), tanto em relação à peça como em relação aos filmes. No que se refere ao cinema brasileiro, analisamos quais foram as estratégias das produções fílmicas, e como se fez presente a brasilidade em cada produção selecionada. Essas análises colaboram em aprofundar questões voltadas ao processo intercultural que as adaptações constroem com a peça de Shakespeare. Ainda, tomando como base o cinema brasileiro, recorremos às leis de fomento e à participação da Globo Filmes, uma vez que essas questões interferem no formato e na identidade do cinema nacional.
Palavras-chave: Shakespeare; Romeu e Julieta; adaptação; releituras; cinema nacional.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Contribuições da Mídia para Interação entre Grupos Sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Grupo de Pesquisa em Análise de Produtos Audiovisuais.
*O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
Autor(a): Paulo José de Sousa
Orientador(a): Clarice Greco Alves
Data da defesa: 15/05/2020
Resumo: A presente dissertação tem como objetivo analisar a relação entre humor, estereótipos e preconceitos na reprise do programa Sai de Baixo, da TV Globo exibido na "Sessão Comédia". Trabalhamos com a hipótese de que o humor do programa, originalmente exibido nos anos 1990, possui efeito ofensivo, por levantar questões delicadas relacionadas às mulheres, pobreza, minorias ou grupos desprivilegiados. Observando as piadas de Sai de Baixo pela perspectiva do preconceito, percebe-se traços carregados de exageros em algumas caracterizações de personagens, com o objetivo de provocar o riso. O quadro teórico desta pesquisa engloba estudos sobre humor, riso, comédia, comédia de situação, preconceito e estereótipos. Como metodologia, este trabalho conta com a análise de conteúdo de Bardin (2016), realizada em quatro episódios do programa exibidos no primeiro semestre do ano de 2019. Apesar do conteúdo aparentemente ofensivo, as piadas de Sai de Baixo são ainda hoje relembradas e difundidas nas redes sociais.
Palavras-chave: comédia; sitcom; humor; preconceito; estereótipo.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Produtos e Processos na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Grupo de Pesquisa em Análise de Produtos Audiovisuais.
*O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
Autor(a): Marcos Vincius de Moraes Terra
Orientador(a): Heloísa de Araújo Duarte Valente
Data da defesa: 22/06/2020
Resumo: Este trabalho parte do conceito de “obra de arte total” (Gesamtkunstwerk), desenvolvido pelo compositor Richard Wagner para aplicá-lo ao estudo da obra The Wall, de Roger Waters. Para além de seu mérito como compositor e líder do grupo musical Pink Floyd, Waters exerceu papel relevante para a música desde a década de 1960 pelas inovações que promoveu na linguagem musical, em particular na concepção performática (cf; ZUMTHOR, 2018) de seus shows, bem como o emprego de outras modalidades artísticas em sua obra. Em assim o fazendo, acabou por ampliar o próprio conceito de “obra”. Nesse ponto encontramos no projeto artístico do músico inglês afinidades intelectuais com o compositor alemão, cujo pensamento estético ficou registrado em livros, especialmente A obra de arte do futuro [1849]/(2003). Partimos da hipótese de que, a despeito de diferenças de campo estético (música erudita/popular), Waters adota a orientação wagneriana ao conceber suas composições – ainda que não o faça de modo deliberado. Nesta dissertação analisamos a obra The Wall, de Waters, em seus vários elementos composicionais: narrativa, letra, música, desenho, nos formatos midiáticos e nas respectivas linguagens empregadas (álbum discográfico, longa-metragem), bem como as diferentes performances concebidas pelo seu criador (espetáculo ao vivo ou gravado em estúdio) buscando compreender em que medida ela pode ser considerada uma obra de arte total como descrita por Richard Wagner, além de ser uma narrativa transmídia (cf. JENKINS, 2009). Para isso, apoiamo-nos ainda nos estudos sobre a paisagem sonora de Schafer (2011), além de dados biográficos de Waters, notas de imprensa acerca de sua atuação como militante político.
Palavras-chave: The Wall; Roger Waters; Richard Wagner; Obra de Arte Total; Narrativa Transmidia.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Produtos e Processos na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Centro de Estudos em Música e Mídia.
Autor(a): Herman Tacasey
Orientador(a): Barbara Heller
Data da defesa: 23/06/2020
Resumo: No curta-metragem, BABA 105, uma voz em off narra a biografia da personagem, associando-a a sentimentos de pertencimento, de acolhimento e de saudades. A figura que a recordação tenta recompor é, no entanto, desconhecida e depende de uma memória muitas vezes alheia para ganhar corpo. Neste trabalho, por meio de uma leitura dos sons e imagem, apresentaremos uma análise em que a memória coletiva (Halbwachs, 1950) é ativada na montagem do curta, com provocações do diretor em diferentes pontos de referências que estruturam e ressignificam nossa memória, nem sempre documentada. No entanto, a coerência apresentada nos fatos, na linguagem, na trilha sonora, recria uma história e, por ela ser do ambiente do afetivo e mágico, se alimenta de lembranças coletivas, não necessariamente individuais. Nos apoiamos, ainda, no conceito de verdade como ícone da contemporaneidade e como uma construção social, de Beatriz Sarlo (2007). Também são utilizadas as concepções de Walter Benjamin (1986) sobre o resgate do narrador que se torna uma chave para se contrapor ao domínio da tecnologia, substituindo a experiência dos homens. O curta é um exemplo de como um objeto pode se tornar biográfico, atualizar o passado e criar laços de intimidade entre os personagens do filme e os espectadores. Conceitos de Eclea Bosi (2004), em seu livro: “O tempo vivo da memória”, que explora o campo de experiência pessoal com os eventos do dia-a-dia são utilizados. Analisaremos a imagem fotográfica através de conceitos de Vilém Flusser (2002), que trata da fotografia como modelador dos costumes atuais e como instrumento de orientação do homem, e da fotografia familiar atemporal nos estudos de Anne-Marie Garat (1994) e de Eugênio Bucci (2008). Com conceitos de Iazzetta (2009), discorreremos sobre o que é música e a mediação tecnológica, e a partir de conceitos de Michel Chion (1994), mostraremos as relações entre som e imagem. Também utilizaremos modelos de análise propostos por Jacques Aumont e Michel Marie (1988), que buscam esmiuçar questões referentes às análises fílmicas.
Palavras-chave: Memória; Cinema; Fotografia.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Contribuições da Mídia para Interação entre Grupos Sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Narrativas da Memória: Representações, Identidades e Culturas.
Autor(a): Ana Carolina Pereira de Souza
Orientador(a): Clarice Greco Alves
Data da defesa: 24/06/2020
Resumo: Essa dissertação tem como objetivo fazer uma descrição analítica interpretativa dos figurinos da série norte-americana Stranger Things, sua capacidade de evocar uma nostalgia em relação aos anos 1980 e como influenciam o desenvolvimento de novos elementos de consumo que remetem à nostalgia. A série Stranger Things, produzida pela Netflix, é uma colagem de alusões tematizada pelos elementos da cultura pop da década de 1980, entre elas, trilha sonora, figurino dos personagens, objeto de cena. Dentro desse cenário, nosso objetivo é perceber a evocação de um sentimento nostálgico e como a narrativa explora o potencial de consumo dentro desse universo recriado ficcionalmente. Iniciamos com uma pesquisa teórica sobre a nostalgia, memória e retrômania. Na sequência, nos aprofundamos nos conceitos sobre figurino e a moda dos anos 1980, fazemos a descrição analítica interpretativa dos figurinos dos personagens fixos da narrativa e detalhamos três personagens que foram selecionados pelas suas evoluções na estética e nas suas narrativas dentro da Série. Por último, abordamos a expansão da narrativa midiática, entramos em transmidia e crossmidia, análise de consumo e consumo nostálgico, finalizamos com um panorama do desdobramento da narrativa em produtos que ampliam a experiência dos que consomem a série.
Palavras-chave: Nostálgica; Anos 1980; Consumo; Mídia; Figurino.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Produtos e Processos na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia, Cultura e Memória.
Autor(a): Sílvia Sena Lima
Orientador(a): Antonio Adami
Data da defesa: 30/06/2020
Resumo: O presente projeto de pesquisa está situado na área de Comunicação e tem por tema verificar não só as adaptações da literatura para os meios audiovisuais, assim como a oralidade, os usos da voz nos meios digitais, as tradições orais brasileiras e a manutenção dessa cultura. Quando falo em tradições orais brasileiras mais especificamente a cultura Afro-brasileira, os valores ancestrais mantidos, resgatados e adaptados do povo de descendência Iorubana. Não existe uma história do Brasil sem a contribuição do povo Preto, embora exista uma história do Povo Preto antes de chegar aqui, não posso ignorar a importância da estrutura do Candomblé no Brasil, embora, não irei falar aqui da religião do Candomblé, esta, ainda é uma fé de práticas e segredos que não cabe neste trabalho, mas falarei dos valores civilizatórios e a busca de virtudes que os Orixás representam na sociedade africana e no Brasil e que aqui é tradicionalmenccccte ensinado via oralidade. O contador de história pode ser qualquer pessoa em diáspora, um mais velho ou um mais novo, que na África subsaariana é chamado de griot (griô), era um ofício para homens, como profissão passada de geração em geração. Qual a importância da oralidade como fonte histórica afro-brasileira e sua contribuição para o povo Preto? Qual o impacto dos meios audiovisuais na manutenção da cultura, via oralidade? São essas inquietações que movem essa pesquisa.
Desse modo, o referencial teórico para a pesquisa terá como foco questões sobre literatura oral, oralidade, história oral, memória individual e memória coletiva, identidade cultural, audiovisual, bem como a influência dos meios de comunicação no advento da internet. Afinal, ao privilegiar a interface entre comunicação escrita e comunicação oral, tais questões se revelam essenciais para a abordagem a ser realizada.
Palavras-chave: História oral; história afro-brasileira; oralidade; áudio visual.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Produtos e Processos na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Narrativas da memória: representações, identidades e culturas.
Autor(a): Luís Carlos Pereira Porto
Orientador(a): Simone Luci Pereira
Data da defesa: 30/06/2020
Resumo: A pesquisa tem como objetivo analisar as ações de um coletivo cultural e juvenil que atua na região do Capão Redondo, na Zona Sul de São Paulo. O Grupo Poesia Samba Soul criou o Instituto Favela da Paz como um centro cultural e de vivências, um pequeno estúdio para gravar as produções de bandas locais, projetos de sustentabilidade e laboratório de tecnologia. Por meio do trabalho de campo de inspiração etnográfica e derivas urbanas, foram observadas as interações e práticas ali existentes, que servem de mote para as ações culturais/políticas que atuam na construção de identidades sociais e culturais dos jovens na periferia. Também foi objeto de análise a articulação em rede desse coletivo com outros que atuam em áreas diversas na cidade de São Paulo para perceber múltiplas formas de protagonismo juvenil e periférico, de vivência urbana, colaborações e associações culturais. O estudo está baseado em concepções de cultura em seu sentido político e como lócus de articulação de conflitos, disputas e negociações, bem como nos centramos numa análise que leva em conta as questões que envolvem o espaço e as territorialidades na cultura deste grupo. Utilizamos autores tais como D. Harvey, M. Santos, L. Kovarik, A. Marino, H. Maia, R. Williams, A.C. Escosteguy, entre outros.
Palavras-chave: Jovens; cidade; coletivos culturais.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Contribuições da Mídia para Interação entre Grupos Sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: UrbeSom - Grupo de Pesquisa em Culturas Urbanas, Música e Comunicação.
Autor(a): Raquel Moreira Nunes
Orientador(a): Carla Reis Longhi
Data da defesa: 30/06/2020
Resumo: Este estudo analisa os diferentes veículos de comunicação, a fim de verificar como a notícia sobre a reforma trabalhista circulou no recorte temporal selecionado, através de eventos como: a tramitação e os processos legislativos no congresso nacional; os impactos legais entre o empregado e o empregador; e os demais eventos que desencadeados a partir do processo de alteração das regras trabalhistas. Ainda, pretende demonstrar, a partir de análises qualitativas e quantitativas e com base na teoria do enquadramento das linhas editoriais de cada veículo de comunicação, como pode ser construído o discurso midiático. Para tanto, foi realizada a categorização das matérias selecionadas e o comparativo dentre os veículos de comunicação eleitos para este trabalho, e a observação de como as notícias circularam a partir da observação dos sujeitos de fala, os locais de fala e a natureza de cada mídia. Também foi realizada uma comparação com o histórico da legislação, para a compreensão dos acontecimentos políticos em épocas distintas e como essas alterações ocorreram na grande reforma trabalhista do ano de 2017, no contexto de crises políticas e econômicas do país.
Palavras-chave: Reforma trabalhista; enquadramento; política.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Contribuições da Mídia para Interação entre Grupos Sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia, Cultura e Memória.
Autor(a): Cristina Vieira Barbosa
Orientador(a): Maurício Ribeiro da Silva
Data da defesa: 30/06/2020
Resumo: Em 2003 foi promulgada a Lei n° 10.639, que instituiu a obrigatoriedade da inclusão de atividades voltadas à valorização da cultura africana e do ensino da temática Cultura e História Afro-Brasileira no ensino básico brasileiro, como parte de um conjunto de ações afirmativas que tinham como objetivos a promoção da integração dos negros na sociedade e a redução do preconceito e da intolerância baseadas no conceito de raça. Apesar desse esforço, passados quase vinte anos da promulgação, ainda são observadas dificuldades para o cumprimento da lei em razão de resistências originadas em setores religiosos cristãos – sobretudo evangélicos, – contrários à tratativa de temas associados à religiosidade de matriz africana, por eles compreendida como sujeitas à ação do demônio. Partindo desse quadro, esta dissertação tem por objetivo identificar o imaginário presente nos discursos contrários à implantação do ensino da temática Cultura e História Afro-Brasileira no ensino básico brasileiro, proferidas a partir do site Gospel Prime, cujo perfil é representativo do grupo evangélico. O corpus consiste em publicações realizadas entre os anos de 2003 (a partir da promulgação da lei) e 2019 que trataram deste tema, tendo como critério de inclusão o posicionamento contrário à implantação do ensino da Cultura e História Afro-Brasileira. Foram analisados os elementos textuais com o propósito de identificar os termos utilizados para justificar o caráter negativo de tal ação, os quais foram contabilizados para que fossem identificadas recorrências e, a partir delas, os termos mais significativos, verificando sua associação ao imaginário religioso cristão. Nesse sentido, foi constatado que o imaginário é um elemento fundante a ser considerado na promoção de políticas públicas voltadas à igualdade entre raças e indivíduos. Os resultados foram discutidos tomando-se como referência as Teorias do Imaginário e da Comunicação a partir das contribuições de Malena Segura Contrera e Mauricio Ribeiro da Silva.
Palavras-chave: Imaginário; Intolerância Religiosa; Umbanda e Candomblé; Cultura e História Afro-Brasileira; Gospel Prime;.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Contribuições da Mídia para a Interação entre Grupos Sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia e Estudos do Imaginário.