Autor(a): Roberto Claret Freirias
Orientador(a): Eunice Vaz Yoshiura
Data da defesa: 17/02/2006
Resumo: O presente trabalho caracteriza-se como uma pesquisa exploratória qualitativa. Tem como objetivo principal explicitar de que maneira a trajetória da estética publicitária vem contribuindo para o desenvolvimento da sensibilidade contemporânea.
Levando-se em conta a enorme quantidade de veículos de comunicação e uma consequente avalanche de mensagens que disputam a atenção do público receptor, o foco do trabalho é direcionado para a maneira como a percepção da comunicação publicitária é receptada e entendida na sociedade. Para isso abre-se uma discussão a respeito do emprego da criatividade nas peças veiculadas e sua correspondência com o fator interativo.
A partir da identificação de uma crise no modo como a humanidade passou a lidar com os seus sentidos, devido à evolução do pensamento racional decorrente da evolução industrial, apresenta-se a hipótese de que a publicidade, ao buscar novos meios para atingir o consumidor, está contribuindo para modificar a relação do homem contemporâneo com a sua sensorialidade no seu cotidiano.
Descreve-se o percurso da comunicação comercial do início do século XX até a atualidade (ano 2005) focalizando-se peças publicitárias brasileiras veiculadas em revistas impressas desde a primeira década do século XX até o início do século XXI. Nesta trajetória caracterizou-se uma comunicação que desenvolveu um percurso que vai da razão à multisensorialidade, paralelamente ao desenvolvimento contínuo dos meios de comunicação de massa, dos mercados consumidores e da própria tecnologia de divulgação para veiculação de mensagens.
São consideradas as relações da estética publicitária contemporânea na forma impressa com a estesia, a abordagem e o impacto de peças publicitárias nos cinco sentidos. São analisadas propagandas que abordam os órgãos sensoriais de seus receptores, promovendo com estes uma interatividade perceptual genuína. Para identificar o alcance interativo da mídia com seu leitor, assumiu-se como base teórica a concepção de Thompson (1998). Assim, os aspectos intencionais, convencionais, estruturais, referenciais e contextuais foram adotados como categorias básicas para a análise.
Focalizam-se ainda, de modo especial, peças publicitárias voltadas para o olfato, até há pouco tempo o menos explorado dos cinco sentidos. Apresenta-se o relato de uma sondagem desse tipo de percepção realizada, numa perspectiva fenomenológica, a partir da exposição de uma peça publicitária com recurso olfativo a um grupo de jovens receptores, com idade entre 25 e 30 anos.
Finaliza-se o trabalho com a leitura do sentido da publicidade na sociedade contemporânea. A partir das concepções de Merleau-Ponty (1971), para quem o ser-no-mundo se faz pela corporalidade, e com base na visão sociológica de Maffesoli (1996), que identifica no estar-junto uma característica da juventude na contemporaneidade, desvela-se a estética publicitária para além de sua natureza mercadológica. Assim, suspende-se o conhecimento anterior desta perspectiva e volta-se o olhar para sua facticidade no que tange à percepção e à sensibilidade do homem contemporâneo.
Tecem-se, dessa forma, considerações a respeito do sentido da publicidade na constituição da sensibilidade contemporânea.
Palavras-chave: Percepção. Publicidade e Propaganda. Recursos interativos. Mídia Impressa.
Área de Concentração: Comunicação e cultura midiática.
Linha de Pesquisa: Cultura midiática e grupos sociais.
Autor(a): Aleixandre de Oliveira Rodrigues
Orientador(a): Juan Droguett
Data da defesa: 22/02/2006
Resumo: Esta dissertação aborda o fenômeno da midiatização na configuração de novos espaços criados pelos meios de comunicação social. A encruzilhada entre percepção, o princípio de seleção e os critérios de avaliação da realidade é o cerne da problemática focada neste trabalho. A capacidade de processar fatos e acontecimentos originados nos mais variados campos da vida do ser humano, nos mais diversificados setores do conhecimento e nos meios de divulgação torna a mídia uma instituição de indispensável presença na constituição dos relacionamentos e na formatação dos mecanismos que legitimam os processos de democratização dos espaços.
O deslocamento que tal fenômeno tem provocado, ou seja, o espaço público da esfera política para as determinantes econômicas inscritas no fluxo da informação, caracteriza o cenário da cultura midiática nos dias de hoje.
A hipótese desenvolvida consiste em reforçar como esse fenômeno da midiatização que trabalha na base de uma dialética entre o público e privado exerce um poder fundamental na configuração dos espaços planetários.
Os procedimentos metodológicos têm como ponto de partida, referenciais bibliográficos basilares da discussão: A condição humanade Hannah Arendt (1958), que trata do desenvolvimento da espécie humana na passagem do individual para o social, na compreensão e apreensão que o ser faz do mundo. As partes determinantes desta passagem são o trabalho, a ação e a produção.
Outro autor fundamental é Jurgen Habermas, com seu livro Mudança Estrutural da Esfera Pública(1961), que trata da formação do espaço público burguês e seu declínio com o advento dos meios de comunicação. E finalmente, a obra de Dominique Wolton, O Elogio do Grande Público – uma teoria crítica da televisão(1990), serviu como base para tratar o conceito de tele-espaço, inscrito ao âmbito televisivo.
O espaço midiatizado de interação televisiva é analisado a partir deste veículo considerado ‘’tabelião da realidade’’, cujas estratégias comunicativas: o choque pela imagem e o bombardeio de notícias, comprometem o indústria cultural na produção e seleção de signos e símbolos, com o fim de obter determinados efeitos pilotando a opinião e a reação do grande público.
Partindo destes pressupostos descritivos e analíticos do efeito social referenciado no consumo e na espetacularização da informação, esse trabalho estrutura-se em três capítulos. O primeiro que trata da condição humana na esfera do público e do privado, na eminência histórica desse fenômeno da midiatização; o segundo capítulo enfoca a TV como grande espetáculo de massa, sustentada pelo poder de grandes corporações, e a ilustra através do programa Observatório da Imprensa.
No terceiro e último capítulo, o tele-espaço, atualidade da informação, interpretamos como a alienação, os pressupostos do consumo e da política constroem o espaço público sempre afetado pelo fluxo da informação no contexto da cultura midiática.
Palavras-chave: mídia; espaço público; televisão; midiatização; linguagem.
Autor(a): Flávia Silveira Serralvo
Orientador(a): Anna Maria Balogh
Data da defesa: 30/03/2006
Resumo: A pesquisa aborda a temática do telejornalismo policial, tendo como corpus os programas Cidade Alerta (TV Record) e Brasil Urgente (TV Bandeirantes), a partir da análise de suas reportagens, da postura dos apresentadores e da forma como esses programas utilizam diferentes linguagens: fala, som e imagem.
Os seguintes questionamentos (hipóteses) foram o ponto de partida para este estudo: (1) Por que telejornais que são considerados preconceituosos e sensacionalistas fazem parte da programação de várias emissoras? (2) Desde o surgimento do telejornalismo policial (com o Aqui Agora, do SBT) até o presente momento, poderia ser detectada uma evolução nesse tipo de programa? (3) Visto que o enfoque padrão dos telejornais policiais são os problemas diários dos moradores dos grandes centros urbanos, de que forma é abordada uma tragédia que envolva uma pessoa célebre? (4) Qual é a relação existente entre a fala (do apresentador e repórteres), o som (fundos musicais, ruídos) e imagens (que ilustram as matérias)? (5) Como é elaborado o discurso de modo a adequar-se à postura ideológica da emissora em que os programas são veiculados?
Este trabalho, de caráter descritivo e analítico com base nas teorias da linguagem, configura-se como um estudo de casos múltiplos. As análises do conteúdo selecionado (a partir da gravação aleatória dos programas no período de março de 2004 a novembro de 2005) tiveram como base uma aproximação teórico-aplicada do objeto, apoiadas na leitura de obras que tratam do tema.
Palavras-chave: Telejornalismo policial. Análise do discurso. Televisão.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Autor(a): Djair Brito Amorim
Orientador(a): Geraldo Carlos Nascimento
Data da defesa: 23/06/2006
Resumo: Este trabalho visa abordar, dentro da perspectiva geral do cinema brasileiro contemporâneo, algumas questões do mercado atual de cinema no Brasil, verificando o diálogo que o cinema atual mantém com o “novo realismo” literário brasileiro tendo por base o estudo do filme Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles e co-dirigido por Kátia Lund.
De modo mais específico, a partir de Cidade de Deus, são examinadas as formas e as representações da adolescência urbana de hoje no Brasil que os filmes configuram para materializar esse “novo realismo”, bem como as concepções estéticas e conceitos de que fazem uso para alcançar efeitos que têm respaldo em elementos de pontuação publicitária e videográfica aplicados na construção de uma nova estratégia cinematográfica.
Os objetivos deste trabalho visam ainda verificar o resultado crítico do olhar do espectador em relação a essa nova obra cinematográfica. Possuindo todos os requisitos necessários para esta abordagem, o filme é o objeto de análise na procura de evidenciar uma possível inovação imagética do cinema brasileiro atual, tendo como base três vetores: fotografia, montagem e direção.
O trabalho focaliza, basicamente, as questões suscitadas pela representação e pelas formas presentes em Cidade de Deus, uma vez que são estes os elementos que concorrem para que se estude a emergência dos sentidos presentes no universo da obra fílmica analisada.
Palavras-chave: Cinema brasileiro. Violência urbana. Adolescentes.
Área de Concentração: Comunicação e cultura midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de linguagens e produtos audiovisuais na cultura midiática.
Autor(a): Luciana Nogueira
Orientador(a): Eunice Vaz Yoshiura
Data da defesa: 03/07/2006
Resumo: Este trabalho relata a investigação da influência da cor como um elemento persuasivo em propagandas de cerveja. O objetivo foi mostrar como as cores se tornam elementos de persuasão capazes de atrair o público de forma quase subliminar em peças publicitárias veiculadas na televisão brasileira.
Para tanto, recorreu-se à análise semiótica peirceana e à realização de uma pesquisa qualitativa junto a um grupo de jovens, para sondagem de sua recepção ante dois comerciais de cerveja - Brahma e Skol - veiculados na TV no ano 2004. Foram entrevistados jovens do meio acadêmico do interior paulista - região de São José do Rio Preto, uma das regiões de maior consumo de cerveja do país. A problemática que originou esta pesquisa diz respeito à precocidade e principalmente ao crescimento do consumo de bebidas alcoólicas entre os jovens brasileiros. Daí decorre a intenção de explicitar como as cores utilizadas nas propagandas de duas das marcas de cerveja mais vendidas no país concorrem para atrair o espectador jovem e torná-lo consumidor. A hipótese foi de que as propagandas de cerveja valem-se de elementos comunicativos implícitos capazes de persuadir o receptor, sendo as cores elementos estéticos decisivos nesse processo de persuasão. Pretendeu-se dessa forma, contribuir para o desenvolvimento da consciência do consumidor, oferecer subsídios aos estudiosos do campo da comunicação, e, por outro lado, possibilitar que autoridades governamentais tomem medidas no sentido de coibir recursos que podem ser considerados abusivos por mobilizarem o inconsciente humano. Conceitos e concepções teóricas relativos à cor, persuasão, semiótica peirceana e construção de uma marca foram definidos a partir do referencial teórico trazido principalmente por FARINA (1987), GUIMARÃES (2002), BELLENGER (1987), SANTAELLA (2004) e BACHA (2005), respectivamente. Como resultado, constatou-se que há fundamento na comparação entre o discurso praticado pelo marketing e o discurso sofista, pois nem tudo que é mostrado é verdadeiro, e confirmou-se que a cor é um elemento que permite uma série de associações simbólicas e atrai os jovens brasileiros por processos não conscientes, exercendo um papel persuasivo nas propagandas de cerveja, principalmente quando a identidade da marca é bem construída, como é o caso das cervejas examinadas nesta pesquisa. Foram ainda apontadas as limitações da pesquisa e oferecidas algumas sugestões de temas para investigação, extensivos e/ou complementares a este.
Palavras-chave: Comunicação Midiática. Publicitários Televisivos. Cor. Persuasão. Cerveja.
Área de Concentração: Comunicação e cultura midiática.
Linha de Pesquisa: Cultura midiática e grupos sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Comunicação, criatividade e cidadania: usos da mídia e grupos sociais.
Autor(a): Ivan Daliberto Frugoli
Orientador(a): Anna Maria Balogh
Data da defesa: 31/07/2006
Resumo: Este trabalho visa colaborar com os estudos das adaptações e transmutações do texto verbal para o audiovisual. Para isso, desenvolvemos nosso trabalho enfocando, com base nas teorias da linguagem da Escola de Paris, os elementos constituintes da obra Lisbela e o Prisioneiro em seu texto original, escrito por Osman Lins, e na obra fílmica dirigida pelo cineasta Guel Arraes.
São abordados, neste trabalho, os elementos transformadores entre obra de saída e obra de chegada, analisando-se, respectivamente, a forma como cada suporte colabora ou interfere para a constituição da obra transmutada. Direcionamos, consequentemente, nossas análises para os elementos discursivos e narrativos de ambos os formatos, identificando os possíveis pontos conjuntivos e disjuntivos entre texto original e adaptado.
Palavras-chave: Transmutação textual. Intertextualidade.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Autor(a): Rafaela de Andrade Nunes
Orientador(a): Eduardo Peñuela Cañizal
Data da defesa: 14/08/2006
Resumo: Nesta pesquisa, pretende-se contribuir com o debate sobre a utilização dos media como veiculadores de temas sociais, abordando as campanhas de prevenção à Aids no Brasil. Através da análise das produções teórico/filosóficas sobre a temática, objetivou-se avaliar em que medida as campanhas de prevenção à Aids estão contribuindo para transformações nos modos existenciais societários, incluindo mudanças comportamentais na afirmação de uma vida ética e do cuidado de si. Foi analisada, levando em conta suas configurações semântico-expressivas, uma propaganda televisiva intitulada “Banda Eva” veiculada durante o carnaval de 1998, selecionada entre um conjunto de campanhas, contratadas pelo Ministério da Saúde, no período de 1991 a 2003. Campanhas preventivas exigem uma ruptura com os valores morais predominantes na sociedade brasileira que, sustentados por modelos de verdade, instituíram e vem sustentando preconceitos e estereótipos sociais como o racismo, a divisão hierárquica de gênero, a negação dos saberes populares, entre outros. Fruto da passagem do mito à racionalidade técnico/científica, tais valores morais desconsideram as afetações/experimentações, norteadoras da Ética e da vinculação entre os seres humanos, através do processo de naturalização das construções sócio/políticas. Este processo está na base da emergência do capitalismo, que submete as relações humanas às de mercado/lucro. Essa inversão valorativa, em que se visa o lucro e não o bem-estar humano, tem provocado o acirramento das desigualdades sociais que, explicadas pela racionalidade individualizante, culpabiliza os sujeitos, tirando-lhes a potência de agir/questionar tal realidade, uma vez justificada cientificamente como natural. Análises contemporâneas mostram a ligação estreita entre os media e a reprodução dessa ideologia através da indústria cultural que, eliminando os aspectos críticos e polêmicos dos acontecimentos que veicula, impossibilita ao espectador o exercício de pensamento crítico e transformador. A análise do anúncio “Banda Eva” constatou tal reprodução, pois tanto a técnica quanto o discurso utilizados estão baseados na lógica mercadológica e não na criação de outras sensibilidades/modos de pensamento norteadores dos vínculos societários. Observa-se, no atual debate, unanimidade quanto ao poder vinculador televisivo. Entretanto, uma minoria acredita nas possibilidades deste meio de comunicação como veículo de prevenção, uma vez que ele está comprometido com o mercado e não com a promoção de vínculos solidários e democráticos necessários à transformação societária.
Palavras-chave: Televisão. Propagandas. Prevenção à Aids.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Autor(a): Vânia Regina Alvarez Cimino
Orientador(a): Bárbara Heller
Data da defesa: 16/08/2006
Resumo: O presente trabalho realiza um estudo conceitual e qualitativo damídia televisiva no processo cultural de corporeificação em adolescentes do gênero feminino, e a ocorrência da anorexia e da bulimia nervosas. A abordagem conceitual trata dos processos dialógicos da comunicação com vistas à elaboração da mensagem midiática pelo viés da subjetividade, da adolescência e dos transtornos alimentares, tendo por base os referenciais do elemento feminino, e culminando na interpretação desse elemento pela adolescente contemporânea. A abordagem qualitativa direciona a análise para a programação televisiva e seus efeitos na construção identitária da adolescente, bem como o possível reforço na construção de um corpo esteticamente ideal, o que pode culminar na instalação dos mencionados transtornos alimentares.
Palavras-chave: Mídia Televisiva. Adolescente. Estética corporal. Identidade. Anorexia nervosa. Bulimia nervosa.
Área de Concentração: Comunicação e cultura midiática.
Linha de Pesquisa: Cultura midiática e grupos sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia, cultura e política: identidades, representações e configurações do público e do privado no discurso midiático.
Autor(a): José de Mello Júnior
Orientador(a): Barbara Heller
Data da defesa: 23/08/2006
Resumo: Esta pesquisa trata o livro impresso como um dos formatos históricos de registro de conhecimento. Por cerca de cinco séculos, ele foi hegemônico em suportar e registrar os conteúdos do conhecimento humano. Sua presença como objeto e produto gerou toda uma estrutura política, jurídica e comercial em torno da qual autores, editores e leitores organizaram-se. O advento do capitalismo informacional, notadamente o desenvolvimento das novas tecnologias de informação e comunicação (TIC), apresenta uma nova organização para o conteúdo/conhecimento, com novos suportes e formatos. Tal fenômeno desestabiliza as cristalizadas estruturas jurídicas e políticas organizadas em torno do livro impresso. Este trabalho procura mapear as mudanças em curso a fim de compreendê-las, verificando de que maneira cultura e sociedade são afetadas pelas mudanças que se processam nos mecanismos históricos de armazenamento e transmissão do conhecimento.
Palavras-chave: Cultura do livro. Livro eletrônico. e-Book. Indústria cultural. Sociedade de informação.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Cultura Midiática e Grupos Sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia, Cultura ePolítica: identidades, representações e configurações do público e do privado no discurso midiático.
Autor(a): Célia Maria dos Santos
Orientador(a): Janette Brunstein
Data da defesa: 25/08/2006
Resumo: O tema deste trabalho refere-se à interface entre a Mídia e o Turismo, sob a ótica da demanda receptora potencial. O objeto de estudo são os programas seriados de TV direcionados às viagens turísticas Oi Mundo Afora e O Brasil é Aqui. O objetivo principal foi estudar as mensagens veiculadas neste tipo de produto midiático, com a intenção de compreender como a mídia audiovisual e, mais especificamente, a TV podem interferir no comportamento da demanda potencial receptora para a prática da atividade turística. Para atingir os objetivos propostos, foi realizada uma pesquisa exploratória, por meio de estudo de caso múltiplo, analisando os programas objeto de estudo. A estruturação metodológica comportou três eixos: o primeiro referiu-se à análise do conteúdo da Mensagem; o segundo foi direcionado à Demanda Midiática e Turística e o terceiro apresentou a Pesquisa Bibliográfica. Foi realizada, ainda, a decupagem técnica de um episódio de cada uma das séries para uma melhor compreensão da intenção comunicativa dos emissores da mensagem midiática. Os dados obtidos foram analisados utilizando-se a técnica da análise de conteúdo, de Bardin (2004). A base teórica de sustentação do trabalho foi estabelecida sob as teorias dos processos comunicacionais de Berlo (1999); as teorias de Balogh (2002) relacionadas à TV, a serialidade e a paratextualidade na mídia televisiva; a teoria dos sistemas de Mário Beni (2004); as teorias de segmentação psicográfica de Plog (1977) e a teoria das tribos de Maffesoli (1987). Os resultados apontaram que a mensagem construída pelos emissores é constituída de imagens induzidas (COOPER et al., 2001), apresentando elementos motivadores que são relacionados aos aspectos psicológicos vinculados à satisfação dos desejos do público-alvo. Tal mensagem motiva o espectador ao deslocamento por meio de um processo de personificação da figura do apresentador, que vivencia os desejos deste público. Concluímos, assim, que a Mídia divulga e apresenta à demanda potencial consumidora imagens induzidas sobre os destinos e localidades que são transformados em produtos turísticos. A dissertação procurou contribuir preenchendo uma lacuna nos estudos relativos aos processos comunicacionais em sua interface com o turismo.
Palavras-chave: Mídia. TV. Programas Seriados. Demanda. Turismo.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de linguagens e produtosaudiovisuais na cultura midiática.
Autor(a): Lúcia Carvalho Moreira Dias
Orientador(a): Antonio Adami
Data da defesa: 30/08/2006
Resumo: O presente trabalho busca identificar a capacidade comunicativa da embalagem de cachaça e sua relação com a cultura do povo brasileiro. A relevância desta pesquisa reside no fato de observar que as embalagens de cachaça apresentam características que as identificam, ora com a cultura popular, ora com a cultura de elite, representando nos dois casos uma forma de comunicação no mundo atual. Este estudo foi baseado nos aspectos mercadológicos das embalagens tratados por Mestriner (2002) e Martensen (1985); para as funções comunicativas das embalagens, utilizamos o modelo de comunicação proposto por Jakobson (1971) e utilizado por Pinto (1999) e Chalhub (1995). Os elementos de composição gráfica do rótulo são analisados, segundo Dondis (1991), Gomes Filho (2004) e Panofsky (2004). A cor é estudada no design dos rótulos, segundo Pedrosa (2002), Farina (1990) e Guimarães (2004). Nosso estudo aborda a história da cachaça, segundo Cascudo (2000), Feijó (2004) e Carvalho (1988); a cultura brasileira, segundo Da Matta (1997), Coutinho (1990), Ortiz (1994) e Sodré (1980); e a cultura midiática, segundo Santaella (2003). A pesquisa, de caráter exploratório, é desenvolvida por meio do método de análise de conteúdo proposto por Bardin (1995), realizando-se em três fases: a pré-análise, a exploração do material e o tratamento dos resultados. Para a análise dos rótulos de cachaça, com base nos três temas definidos por Panofsky (2004), desenvolvemos três caminhos de pesquisa possíveis no âmbito não-verbal: a análise objetiva ou técnica que corresponde aos materiais e elementos de composição dos rótulos; a análise contextual ou formal, que abrange a situação política, econômica e social, integrando o rótulo no contexto histórico; a análise simbólica que corresponde ao significado ou conteúdo intrínseco. Por meio desta pesquisa, percebemos que, apesar da origem popular da cachaça, atualmente, encontramos produtores que procuram identificar a bebida cachaça com a cultura de elite através da escolha de sua embalagem e da composição visual dos elementos que as constituem. A forma diferenciada das garrafas, os sistemas de rotulagem de grande qualidade, as fontes tipográficas para escrever o nome do produto na embalagem, além da escolha das cores, linhas, alinhamentos, direções, texturas, entre outros, permitem caracterizar a bebida dentro da cultura de elite. É o caso da cachaça GRM, que confirma esta relação com a cultura de elite a partir da escolha de seu nome, Gosto Requintado Mundial. Diferentemente dessa, encontramos embalagens de cachaças que ainda guardam características da cultura popular, como a Cachaça Amélia, cujo nome é identificado pelo público consumidor como originário da música pertencente ao repertório da cultura popular. Pudemos identificar na embalagem da cachaça Amélia, características da tipologia kitsch, em relação à escolha dos materiais, cores, excesso de ornamentação, entre outros. Concluímos que a função atual de uma embalagem de cachaça, na sociedade contemporânea, está largamente ampliada em relação às funções iniciais de armazenamento, proteção e transporte. Atualmente, a embalagem de cachaça dentro do ponto de venda é responsável pela comunicação final do fabricante com o consumidor, ou melhor, do emissor com o receptor, quando são transmitidas uma série de informações sobre o produto que o receptor não encontra em nenhum outro suporte. Além disso, a embalagem de cachaça adquire funções ligadas ao modelo de comunicação proposta por Jakobson (1971). Concluímos por meio de nossas pesquisas que, atualmente, na emergente sociedade de consumo, escolher uma bebida com uma roupagem/embalagem diferenciada passou a ser um fator de hierarquização para a sociedade.
Palavras-chave: Cachaça. Embalagem. Comunicação. Cultura.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Autor(a): Edilma Ferreira de Queiróz Lopez Salamanca
Orientador(a): Solange Wajnman
Data da defesa: 30/08/2006
Resumo: Este trabalho tem como propósito observar e compreender historicamente como a materialidade da comunicação, na programação da emissora de televisão MTV Brasil, configura-se na relação entre os VJs (Vídeo Jóqueis) e a sua audiência predominantemente jovem.
Observando-se o universo da MTV Brasil, percebe-se uma atração imagética contida nos figurinos dos VJs e nos cenários dos programas, que transformam as formas visuais em elo de reconhecimento imediato de iguais, entre o jovem telespectador e a programação da emissora como forma de acoplar a atenção.
A hipótese principal é de que a MTV Brasil, apropriando-se de algumas características pessoais e originais de seus VJs, desenvolve um minucioso trabalho na construção de personagens pertencentes a grupos sociais (Tribos Urbanas), valendo-se de figurinos de grifes do mercado da moda, maquiagem, penteados, cenários que misturam formas físicas e virtuais, iluminação e enquadramentos adequados, para que, no momento em que o telespectador sintonize o canal, seja prontamente atraído para esses apresentadores, e se faça a coligação com a imagem projetada.
Como material empírico de pesquisa, utilizamos reportagens publicadas em jornais e revistas de circulação nacional, conteúdos específicos de sites nacionais e internacionais da Internet e documentos fornecidos pela própria emissora como, por exemplo, os gráficos e o “Dossiê Universo Jovem 3”, pesquisa que a MTV realiza a cada três anos para manter atualizado o conhecimento do seu jovem telespectador. Também foram selecionadas imagens dentre as muitas horas de gravação em VHS da programação da emissora do biênio 2004-2005 que foram identificadas por métodos de observação e descrição.
A partir das referências conceituais de Hans Ulrich Gumbrecht, Michel Maffesoli e Arlindo Machado, foram feitas conexões entre a hipótese e os dados empíricos.
O pensamento da teoria das Materialidades de Gumbrecht nos guiou para a reflexão das contingências históricas econômicas e políticas que fundamentam a emergência da tecnologia da MTV nos anos 90. Maffesoli nos auxiliou para compreender as questões ligadas à imagem e identificação que une o público aos VJs. Machado nos esclareceu sobre as questões técnicas da imagem.
Temos como resultado importante de nossas análises a idéia de que os VJs têm se estabelecido historicamente como formas vazias, moldáveis a quaisquer conteúdos que tenham eventualmente sido propostos pela emissora, permanecendo eternamente jovens.
Palavras-chave: MTV. Televisão. Segmento jovem. Materialidade da comunicação. Cultura midiática.
Área de Concentração: Comunicação e cultura midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de linguagens e produtos audiovisuais na cultura midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Moda, comunicação e cultura.
Autor(a): Ana Paula Cesar Vaz Guimarães Nogueira
Orientador(a): Carla Reis Longhi
Data da defesa: 12/09/2006
Resumo: O objeto desta pesquisa é, no âmbito da análise da mídia exterior, o estudo do meio de comunicação painel eletrônico e os respectivos processos de recepção, estabelecendo como sujeito-receptor o público pertencente ao contexto urbano. A concentração demográfica nas cidades incentiva o aumento da exploração da mídia externa e altera definitivamente a paisagem urbana e a percepção humana.
O advento da evolução da tecnologia eletrônica e sua aplicação às mídias fazem com que as grandes cidades sejam invadidas por meios e suportes midiáticos eletrônicos. Dentre eles, destacamos o painel eletrônico, mídia exterior muito recente no contexto urbano, que se integra rapidamente ao movimento e forte ritmo da cidade. As imagens emanadas dele formam a paisagem das cidades e seu fluxo parece acelerar o tempo e o espaço ao seu redor. São imagens elaboradas para serem vistas, tanto na lentidão dos engarrafamentos de veículos, quanto na velocidade dos carros em movimento e no passo apressado dos pedestres que caminham pelas ruas e avenidas.
Pretende-se assim verificar, por um lado, como são construídas suas mensagens, quais influências recebem de outros meios de comunicação, como o outdoor, a televisão e seu produto midiático, o videoclipe e, por outro lado, as mudanças nos processos receptivos.
A hipótese que este trabalho se propõe a comprovar é que, apesar da influência de outras mídias sobre a concepção do painel eletrônico, o mesmo possui características próprias, que o distingue das mídias que influenciaram seu nascimento. A abordagem direciona a análise para o painel eletrônico como meio com características únicas no contexto urbano, que apresenta grande visibilidade e dinâmica de movimento, forma e cores, modificando os processos receptivos do público em foco.
Devido à falta de referências bibliográficas sobre esta mídia exterior específica, faz-se necessário iniciar a pesquisa por meio de um estudo exploratório, visando base sólida de informações e conteúdos para, a partir desta, estabelecer seu cruzamento com obras de referência sobre outras mídias. Por este estudo tratar-se de tema atual, em constante mutação, são utilizadas matérias publicadas em meios de comunicação, sobre o tema em questão.
A dissertação está organizada em 3 capítulos. No primeiro capítulo, analisamos as relações entre as mudanças sócio-econômicas refletidas no espaço urbano e o aparecimento e aprimoramento da mídia exterior, propondo uma reflexão do processo histórico. No segundo capítulo, centramos a atenção na análise do meio painel eletrônico, buscando reconstituir as influências sofridas por outras mídias, entre elas o outdoor e a TV, na confecção de uma linguagem específica. Por fim, refletimos sobre as especificidades da linguagem constituída no painel eletrônico e os reflexos no processo de recepção do público urbano.
Palavras-chave: Mídia exterior. Espaço urbano. Painel eletrônico. Outdoor.
Área de Concentração: Comunicação e cultura midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Moda, comunicação e cultura.
Autor(a): Carlos Eduardo Leite Perrone
Orientador(a): Solange Wajnman
Data da defesa: 31/08/2006
Resumo: O texto impresso fixado em paredes urbanas traz, no século XVIII, novo uso à página impressa que, agigantada e ilustrada, inventa, no séc. XIX, o cartaz moderno, um dos primeiros meios de comunicação de massa. Os cartazes imaginados por Chéret, Toulouse-Lautrec e outros pioneiros iniciam a erosão das divisas rigorosas até então existentes entre alta cultura erudita e cultura popular urbana.
No séc. XX, o século dos cartazes, primeiro a litografia e depois o sistema offset imporão a presença dos cartazes à paisagem urbana, a serviço do comércio e do entretenimento, dando visualidade aos acontecimentos culturais, militando em causas sociais e políticas ou orientando a guerra.
O vigésimo século é também o do cinema, que incluirá o cartaz em seu código genético, sendo difícil distinguir a imagem luminosa móvel de sua fiel acompanhante impressa e fixa. O cinema mundial, notadamente o de Hollywood, criará paradigmas de representação gráfica até hoje vigentes. O cinema brasileiro, em seu projeto industrial dos anos 50 do século XX, procura seguir esses padrões, que serão abalados pela inovação de linguagens proposta na década de sessenta desse mesmo século com a ascensão do cinema “de autor”, Cinema Novo. A leitura visual de cartazes componentes desse processo busca olhar mais de perto os meandros culturais que geraram as peças gráficas, de um lado colaborando com espectadores, na compreensão da mensagem impressa articulada e, por outro lado, fornecendo a projetadores elementos estruturadores do cartaz como produto do design gráfico, atividade esta que também se configura como a conhecemos hoje, nos anos sessenta do referido século.
Palavras-chave: Cartaz. Design gráfico. Cultura.
Área de Concentração: Comunicação e cultura midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de linguagens e produtos audiovisuais na cultura midiática.
Autor(a): Bianca Gonçalves de Freitas
Orientador(a): Antonio Adami
Data da defesa: 15/09/2006
Resumo: Os telejornais regionais encontram, nas manifestações da cultura local, fontes interessantes e ricas de pautas para suas reportagens. Essas reportagens representam também um espaço de visibilidade e divulgação dessas manifestações, que revelam a forma de viver, de se relacionar, de expressar a religiosidade de uma comunidade. Entretanto, ao inseri-las no formato do telejornal, promove-se um processo de recorte, remontagem e reconstrução. A problemática surge quando esse novo conteúdo é transmitido como verdade, modificando o sentido original da cultura que pretende mostrar, e transformando-a em notícia, em produto televisivo.
Nossa proposta é realizar estudo de caso explanatório, visando analisar a reconstrução do sentido da cultura valeparaibana no contexto do telejornal regional. Pretendemos identificar como os aspectos dessa cultura são abordados e reconstruídos dentro do universo mediatizado pela televisão por meio do jornalismo. O objeto pesquisado foi a cobertura da Folia de Reis pelos telejornais da TV Vanguarda, afiliada da Rede Globo no Vale do Paraíba, no Ciclo de Natal de 2004 e 2005.
Acreditamos que, ao adaptar a festa aos modos de produção e à linguagem do telejornal, acaba-se por reconstruí-la. Entendemos que, ao ser mediada pela TV, a festa tem seu sentido modificado. A proposta deste trabalho é analisar esse processo de reconstrução promovido pelo telejornal, a partir de três categorias: (a) criação de uma nova temporalidade, (b) descontextualização e (c) processo de seleção de imagens e edição. Para isso, foi utilizada a ferramenta da análise de conteúdo das matérias veiculadas sobre o tema no período de estudo proposto.
A intenção é descobrir qual o papel da televisão no processo de reconstrução da cultura da região, a fim de entender que sentidos ela atribui à cultura local.
Assim, no Capítulo 1, "Cultura, mídia e telejornal", apresentamos os referenciais teóricos da pesquisa, partindo da compreensão da revalorização do local em paralelo ao processo de globalização, despertando o interesse da mídia para a cultura regional. Discutimos também as inter-relações entre mídia e televisão, apresentamos os estudos que abordam o papel do telejornal na construção de sentido, bem como apresentamos um estudo sobre as três categorias de análise definidas: a nova temporalidade, a modificação do contexto e a seleção de imagens e edição.
O Capítulo 2, “TV regional e cultura regional: um estudo” tem como foco a compreensão do objeto. Nossa proposta é apresentar a história da televisão no Brasil pelo viés de seu desenvolvimento nacional, sob a marca da integração e forte padronização até sua atual fase de regionalização. Apresentamos também um estudo sobre a cultura valeparaibana e a Folia de Reis, e seu significado para a comunidade.
No Capítulo 3, “A cultura regional transformada em notícia”, realizamos a análise de conteúdo das matérias sobre Folia de Reis veiculadas na TV Vanguarda no Ciclo de Natal de 2004 e 2005.
Palavras-chave: Televisão regional. TV Vanguarda. Vale do Paraíba.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Autor(a): Bianca Gonçalves de Freitas
Orientador(a): Antonio Adami
Data da defesa: 15/09/2006
Resumo: Os telejornais regionais encontram, nas manifestações da cultura local, fontes interessantes e ricas de pautas para suas reportagens. Essas reportagens representam também um espaço de visibilidade e divulgação dessas manifestações, que revelam a forma de viver, de se relacionar, de expressar a religiosidade de uma comunidade. Entretanto, ao inseri-las no formato do telejornal, promove-se um processo de recorte, remontagem e reconstrução. A problemática surge quando esse novo conteúdo é transmitido como verdade, modificando o sentido original da cultura que pretende mostrar, e transformando-a em notícia, em produto televisivo.
Nossa proposta é realizar estudo de caso explanatório, visando analisar a reconstrução do sentido da cultura valeparaibana no contexto do telejornal regional. Pretendemos identificar como os aspectos dessa cultura são abordados e reconstruídos dentro do universo mediatizado pela televisão por meio do jornalismo. O objeto pesquisado foi a cobertura da Folia de Reis pelos telejornais da TV Vanguarda, afiliada da Rede Globo no Vale do Paraíba, no Ciclo de Natal de 2004 e 2005.
Acreditamos que, ao adaptar a festa aos modos de produção e à linguagem do telejornal, acaba-se por reconstruí-la. Entendemos que, ao ser mediada pela TV, a festa tem seu sentido modificado. A proposta deste trabalho é analisar esse processo de reconstrução promovido pelo telejornal, a partir de três categorias: (a) criação de uma nova temporalidade, (b) descontextualização e (c) processo de seleção de imagens e edição. Para isso, foi utilizada a ferramenta da análise de conteúdo das matérias veiculadas sobre o tema no período de estudo proposto.
A intenção é descobrir qual o papel da televisão no processo de reconstrução da cultura da região, a fim de entender que sentidos ela atribui à cultura local.
Assim, no Capítulo 1, "Cultura, mídia e telejornal", apresentamos os referenciais teóricos da pesquisa, partindo da compreensão da revalorização do local em paralelo ao processo de globalização, despertando o interesse da mídia para a cultura regional. Discutimos também as inter-relações entre mídia e televisão, apresentamos os estudos que abordam o papel do telejornal na construção de sentido, bem como apresentamos um estudo sobre as três categorias de análise definidas: a nova temporalidade, a modificação do contexto e a seleção de imagens e edição.
O Capítulo 2, “TV regional e cultura regional: um estudo” tem como foco a compreensão do objeto. Nossa proposta é apresentar a história da televisão no Brasil pelo viés de seu desenvolvimento nacional, sob a marca da integração e forte padronização até sua atual fase de regionalização. Apresentamos também um estudo sobre a cultura valeparaibana e a Folia de Reis, e seu significado para a comunidade.
No Capítulo 3, “A cultura regional transformada em notícia”, realizamos a análise de conteúdo das matérias sobre Folia de Reis veiculadas na TV Vanguarda no Ciclo de Natal de 2004 e 2005.
Palavras-chave: Televisão regional. TV Vanguarda. Vale do Paraíba.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Autor(a): Raquel Cristina dos Santos
Orientador(a): Antonio Adami
Data da defesa: 18/09/2006
Resumo: Por que é reservado à TV e ao cinema retratar, por meio de imagens, as experiências da História? De que forma ocorre a transmutação de um fato histórico para o espaço da ficção? Qual a importância do cinema em transformar uma tragédia numa produção que re-configura o sentido da formação cultural e social do Brasil em algo grotesco e retratá-la por meio de uma comédia romântica? Ao se realizar um filme, com base em fatos históricos, as imagens elevam os fatos históricos ocorridos ou há uma inversão de contexto que pode ser considerada proposital? As dúvidas que originaram esta pesquisa surgiram a partir do filme Caramuru, a invenção do Brasil, de Guel Arraes e Jorge Furtado, lançado nacionalmente em 2001, pela Globo Filmes. O cerne da produção tinha por mote as festividades dos 500 anos de Descobrimento do Brasil. Porém, ao observarmos a forma distorcida e grotesca com que os autores trataram a lenda de Caramuru e Paraguaçu, achamos relevante um estudo que abordasse o fenômeno do ponto de vista cultural, já que se trata de uma narrativa incorporada e sedimentada ao imaginário simbólico nacional. Para isso, analisamos a narrativa do filme e uma vasta pesquisa bibliográfica para dar conta de entender a versão dos autores, buscando, aí, as respostas às nossas indagações, do ponto de vista da comunicação, da sociologia, da cultura e dos meios técnicos de produção cultural de massa, ou seja, produtos para TV e cinema.
Palavras-chave: Adaptação. Cinema. Simulacro. Grotesco.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Autor(a): Elvis Wanderley dos Santos
Orientador(a): Antonio Adami
Data da defesa: 18/09/2006
Resumo: Nosso objetivo, no presente trabalho, é abordar a inserção do meio de comunicação “rádio” na escola, tomando como foco o projeto EDUCOM.RÁDIO e a proposta de utilização do rádio como ferramenta de mediação tecnológica da produção de conhecimento no ambiente escolar, segundo a perspectiva da educomunicação. Nossa observação empírica recai, para tanto, sobre as linhas teóricas e práticas de orientação do projeto, da forma como se encontram registradas em documentos e material pedagógico disponível no Núcleo de Comunicação e Educação, entidade executora do projeto. Também tomamos, como dados para a pesquisa, o depoimento de atores envolvidos na concepção, planejamento e execução, além de agentes atuantes na fase atual de desdobramento do projeto em uma das escolas da rede pública municipal da cidade de São Paulo.
Pretendemos por à prova, por meio dessa observação parcial do objeto, a hipótese de que a inserção do rádio na escola, como instrumento de mediação tecnológica e de acordo com os parâmetros de orientação do projeto EDUCOM.RÁDIO, proporcionou:
a) um aumento do coeficiente comunicativo das ações educativas;
b) uma ressignificação do papel das tecnologias da comunicação na escola;
c) a incorporação, à pauta de discussão do plano político-pedagógico da escola, de um planejamento do uso dos recursos de comunicação e informação nas práticas curriculares e extra-curriculares;
d) a criação de mecanismos de gestão aberta e participativa dos instrumentos e práticas de comunicação da escola, com a incorporação dos diversos segmentos (professores, alunos, direção, coordenação, membros da comunidade, funcionários);
e) a instauração de um processo de consolidação da educomunicação como uma política pública que institucionaliza, em larga escala, uma proposta de atuação comprometida com uma concepção estratégica da relação entre comunicação e educação no município de São Paulo.
Para testar a validade dessas assertivas, levamos em consideração os depoimentos de agentes envolvidos, seja nas atividades do curso propriamente dito, seja nos desdobramentos atuais do projeto de rádio, desenvolvido na Escola Municipal de Ensino Fundamental “Pedro Teixeira”.
Esses depoimentos foram recolhidos por nós na forma de entrevistas com atores que desempenharam ou desempenham diferentes funções na execução do projeto EDUCOM.RÁDIO. Privilegiamos o depoimento de entrevistados que representassem diferentes segmentos e, portanto, que proporcionassem diferentes visões do processo de implementação e desenvolvimento do projeto.
Palavras-chave: Educomunicação. Comunicação. Educação.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Autor(a): Martha Isabel Alves dos Santos
Orientador(a): Malena Segura Contrera
Data da defesa: 22/09/2006
Resumo: Esta pesquisa tem o objetivo de mostrar a presença do grotesco no telejornal Aqui e Agora, apresentado pelo SBT (Sistema Brasileiro de Televisão) na década de 90, e a forte identificação do público com o fenômeno que está presente na programação popular da televisão brasileira, além de ser recorrente na arte, no cinema e na vida cotidiana das pessoas . Apesar de existirem vários trabalhos sobre o Aqui e Agora que tratam da história e da linguagem, o telejornal ainda não havia sido estudado sob o enfoque teórico que esta pesquisa aborda: a presença de uma estética do grotesco.
A pesquisa, que parte do estudo de caso do telejornal Aqui e Agora, e que, para compreendê-lo, vale-se das teorias da mídia, do jornalismo e sobre o grotesco, descreve as várias inovações que o Aqui e Agora trouxe para os telejornais da época e que foram copiadas por outros telejornais.
O trabalho procurou também analisar as várias influências que o Aqui e Agora recebeu de outros veículos, tais como as tomadas de câmera em plano-sequência emprestadas do cinema; a linguagem, a trilha sonora e os ruídos do rádio; a utilização de caracteres para manchetes sensacionalistas retirados da mídia impressa. Faz um levantamento, ainda, de outros recursos televisivos utilizados, tais como a câmera nervosa e a exploração do recurso jornalístico Povo Fala.
O estudo destaca, ainda, que o telejornal trouxe para a televisão a violência e o cotidiano periférico das grandes cidades, nas quais o repórter se detinha nas descrições escatológicas das situações expostas.
A partir da leitura das edições do Aqui e Agora, foram analisados os vários elementos grotescos presentes nas reportagens, tanto na forma de tema como na composição dos apresentadores, repórteres e comentaristas que, muitas vezes, levavam o telespectador ao riso, tanto o irônico como o nervoso características do grotesco.
Ao mesmo tempo, a pesquisa permitiu concluir que o telejornal fez sucesso na época porque as pessoas se identificavam com a sua linguagem carregada de realismo grotesco.
Palavras-chave: Aqui Agora. Telediário. Grotesco.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Autor(a): Carmem Silvia Cândido Pedroso Bastos.
Orientador(a): Carla Reis Longhi
Data da defesa: 24/10/2006
Resumo: Esta dissertação tem como objeto de estudo a Mídia Exterior no espaço turístico de Campos do Jordão, delimitando a análise dos outdoors, fachadas e front-lights das empresas de telefonia celular expostos no espaço turístico na temporada de inverno de 2005.
O Objetivo desta pesquisa é compreender os efeitos causados na população por este processo de transformação do espaço. Assim, temos como objetivos específicos analisar a construção do espaço turístico, entendido aqui, como espetacularizado e as consequências desta espetacularização para os diferentes públicos. Para este segundo objetivo, dividimos a população em três grupos de análise, constituídos pelos moradores locais, moradores temporários ( estudantes) e turistas.
Desta forma, definimos esta pesquisa como exploratória e descritiva e estabelecemos como hipótese central a idéia de que esta encenação gera a construção do não–lugar. Como referenciais teóricos utilizamos Marc Auge, Edgard Morin e Suzana Gastal, entre outros.
A dissertação está organizada em 3 capítulos. O primeiro apresenta um breve histórico de Campos do Jordão, indicando o desenvolvimento do turismo, o investimento desta temporada de 2005 e a interface entre a imagem do espaço imaginado com a realidade do espaço consumido. O segundo capítulo apresenta a mídia exterior das companhias de telefonia celular durante a temporada indicada, estabelecendo-se a análise do processo de espetacularização e a produção do não-lugar. O terceiro capítulo apresenta o resultado da pesquisa realizada com os três grupos sociais estabelecidos em nosso corpus, comparando a maneira como estes grupos perceberam e absorveram a espetacularização do espaço.
Palavras-chave: Mídia Exterior. Turismo. Não-Lugares.
Área de Concentração: Comunicação e cultura midiática.
Linha de Pesquisa: Cultura midiática e grupos sociais.
Autor(a): Queila Ferraz Monteiro
Orientador(a): Eduardo Peñuela Cañizal
Data da defesa: 22/11/2006
Resumo: Contemporaneamente, a carga simbólica e ritualística dos momentos de passagem que marcam a temporalidade da vida humana encontra nas imagens fotográficas, reproduzidas na mídia impressa, um dos seus maiores veículos de transmissão. Esta carga elabora rituais que hoje se constituem principalmente a partir de objetos fotográficos que dialogam com os textos verbais. A adolescência é um marco de passagem significativo da temporalidade humana e é a denominação contemporânea da idade considerada em todas as culturas como limite entre a infância e a vida adulta. É entendida pela sociedade como o período em que se aprendem novas maneiras de estar no mundo que permitem assumir as responsabilidades civis e sociais do jovem adulto. É marcada por um aprendizado que se dá simultaneamente pela diferença e pela semelhança. Diferença que se mostra em relação às tradições sócio-familiares e semelhança que aparece na procura de parcerias, formadas em grupos de iguais. Juntos encontram espaço e oportunidades para vivenciar experiências diversas até que a idade adulta molda cada indivíduo segundo a ética e uma estética particular. Na cultura dos jovens, tanto a diferença quanto a identificação dos grupos de iguais dão-se pela imagem do vestuário que é acompanhada de um dialeto, um panteão de divindades instaladas no interior da constelação de “pop-stars” com todos seus ritmos musicais, crenças políticas, sócio-culturais e ambiências específicas. A cultura dos jovens encontra na escola, nas ruas e nas ambiências festivas, seu lugar de expressão; contudo é na mídia contemporânea que vemos os diferentes modos de inserção social desta cultura ser apresentados através de imagens em que se constrói múltipla identidade subgrupal. Tal construção, enquanto configuração de linguagens, tem sido uma constante na vida urbana e mais fortemente caracterizada depois da consolidação da sociedade burguesa pós-revolução Industrial, repleta de multicódigos vestimentares e comportamentais.
Palavras-chave: Moda. Mídia. Imagens Fotográficas.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Autor(a): Paulo Ricardo Caldo Gilioli
Orientador(a): Juan Droguett
Data da defesa: 15/12/2006
Resumo: A dissertação aborda a comunicação esportiva e os seus efeitos receptivos que vão se concretizar na mitificação de figuras esportivas em evidência. As mudanças de suporte midiático, pelos quais a comunicação esportiva tem passado e que demonstram a própria trajetória da cultura, implica em considerar que os atores sociais têm um papel preponderante na produção de sentidos. O esporte como um fenômeno de massa afeta grande parte da população e a mídia esportiva utiliza o seu espaço, ideologicamente, na construção e desconstrução de mitos por ela construídos.
A problematização neste trabalho dá-se pela constatação de que o esporte é um fenômeno de massa que comporta o desdobramento de grupos sociais que representam visões distintas dentro da sociedade, que defendem suas posições construindo sistemas de comunicação. Tais grupos sociais são jornalistas e o grande público que assistem e acompanham, principalmente, o futebol pelos jornais, televisão e cinema.
A mídia esportiva delineia figuras individuais com as quais os espectadores se identificam em função de seus anseios de conquista, de realização e de perpetuação de uma identidade individual e de uma identificação social cinergética capaz de influenciar o imaginário cultural brasileiro.
Para tanto, estudar as representações da identidade cultural brasileira no âmago da comunicação esportiva significa buscar na regularidade, na repetição e na constância o nosso objeto de estudo, cuja principal característica a constitui o fenômeno da mitificação, isto é, o fenômeno mediante o qual uma figura esportiva é elevada a uma condição exemplar, que de algum modo transforma as condutas e os modos de pensar do receptor ávido de identificação em termos de espetáculo.
A hipótese desenvolvida é a de que a comunicação é substancial quando o receptor está no cerne de um processo. A comunicação esportiva é direcionada de acordo com a demanda do público que a mídia audiovisual nos revela e adjetiva através de imagens, construindo personalidades esportivas que são elevadas a mitos que exercem o poder da informação.
Os procedimentos metodológicos se pautam em uma revisão bibliográfica acerca do esporte como um fenômeno de massas no Brasil. Para isto, escolhemos a figura de Manoel Garrincha projetada no filme Garrincha - estrela solitária (2005), fruto de uma transposição da obra bibliográfica Estrela solitária - um brasileiro chamado Garrincha (2003). É dado um olhar crítico na recepção da imagem do ídolo a partir da análise do filme, do livro e das crônicas de Nelson Rodrigues, nas quais podemos constatar um tom mais humanizador deste atleta que comoveu a opinião pública em um trabalho realizado pela mídia esportiva.
Este trabalho estrutura-se em três capítulos: o primeiro, O ídolo esportivo no foco da mídia, trata do ídolo esportivo no seu aspecto midiático, e o esporte como espetáculo de massas; o segundo capítulo, Mitificação e Desmitificação da imagem do ídolo, trata da imagem veiculada do ídolo, “dentro e fora dos campos”, desde a desumanização do atleta até a sua desmitificação; o terceiro capítulo, A ficção em torno de um anjo pornográfico, avalia esta imagem a partir da ilustração das crônicas de Nelson Rodrigues, contrapondo-a com as teorias audiovisuais que moldam a figura humana do atleta e o movimento próprio do processo de mitificação que enaltece e desconstrói a condição humana, quando se trata de situá-la no contexto da competição esportiva no universo da cultura midiática.
Para esta apresentação, tomou-se como referencial teórico as idéias de Lucia Santaella no que tange às questões da comunicação midiática. A abordagem sobre a mitificação esportiva foi fundamentada em Kátia Rubio, comprovando como a mídia atual trata os mitos, criados a partir da demanda e da sensibilidade do público. Com relação aos efeitos receptivos e às aproximações entre o cinema e o esporte, as obras de Vitor Andrade Melo serviram para direcionar as argumentações aqui propostas, apoiadas em outros autores também citados nesta pesquisa. No que se refere à imagem midiática de Manoel Garrincha, as crônicas de Nelson Rodrigues adjetivam e ilustram este trabalho teórico: a aurora e o ocaso do jogador de futebol.
Palavras-chave: Comunicação. Esporte. Recepção. Mitificação. Espetáculo de massa.
Área de Concentração: Comunicação e cultura midiática.
Linha de Pesquisa: Cultura midiática e grupos sociais.
Autor(a): Francisco Barbuto Junior
Orientador(a): Juan Droguett
Data da defesa: 15/12/2006
Resumo: Caleidoscopia do cinema publicitário tem como principal objetivo reivindicar as categorias do belo admirável, da forma e do olhar do espectador, para analisar três peças publicitárias do Festival de Cannes, no qual estas alcançaram um reconhecimento social como produto da cultura midiática.
A problematização advém do caráter utilitário das peças publicitárias veiculadas pela mídia ante uma sociedade pautada pelo consumo, que encontra no espetáculo propiciado pelo cinema uma forma extraordinária de exacerbar o imaginário cultural em voga, significando a passagem do utilitário para o artístico da peça
Por essa razão, fez-se necessário estabelecer um panorama temporal do cinema como uma invenção da Modernidade que significa, em primeira e última instância, o reconhecimento do novo tempo e do novo espaço da recepção. Desta forma, atenta-se, aqui, para a caracterização do grupo social dos artistas e dos publicitários que produzem e recriam sua própria sociedade procurando atingir a demanda de um público de massa, caracterizando a produção de sentido atrelada ao tempo real do consumo e ao espaço virtual da tela que configura uma nova estética da imagem publicitária.
Este trabalho parte da hipótese de que esses efeitos de sentido se dão em uma caleidoscopia que contempla uma ética, uma estética e uma nova lógica da prática social publicitária que, valendo-se do cinema, modela as condutas e o modo de subjetivação do receptor.
Utiliza, como principais referenciais teóricos, as obras de Arnold Hauser,
História sócial da arte e da literatura (1998), para delinear um breve panorama do cinema no contexto da Modernidade artística na qual surge a publicidade como modo de expressão receptiva; Jurgen Habermas, O discurso filosófico da modernidade (1990), para salientar as questões ideológicas envolvidas na estrutura social enquanto exercício do poder ligado ao consumo; Roland Barthes, Retórica da Imagem (1984), que contribui com os dois elementos de análise básicos para a produção publicitária, retórica da palavra e retórica da imagem, declinada na obra de Adilson Citelli, Linguagem e persuasão (2004); Benedetto Croce, Breviário de estética (1997), para esboçar uma estética da imagem publicitária, a partir do pressuposto que coloca a intuição como principal elemento da estética; Gianni Carchia e Paolo D’ Ângelo, Dicionário de Estética (1999), em cujos verbetes estão contidos os ensaios sobre o pensamento estético de maior atualidade.
A metodologia foi pautada nas categorias enunciadas e aplicadas às peças publicitárias, Um mundo perfeito (2002), Sombra (2004) e Passarinho (2006), premiadas no Festival de Cannes, principal evento do reconhecimento social que se faz da criação publicitária.
Caleidoscopia do cinema publicitário procura o diálogo com os novos modos de representação e significação que podem evoluir da prática social para a publicidade e para os meios de comunicação de massa.
Palavras-chave: Caleidoscopia. Cinema Publicitário. Festival De Cannes.
Área de Concentração: Comunicação e cultura midiática.
Linha de Pesquisa: Cultura midiática e grupos sociais.