Autor(a): Paulo Henrique de Oliveira Lopes
Orientador(a): Antonio Adami
Data da defesa: 07/03/2005
Resumo: Trata-se de um estudo sobre o Show de Rádio, importante programa radiofônico que fez enorme sucesso nas décadas de 70 e 80, principalmente nas emissoras Panamericana S/A (Jovem Pan AM) e Rádio Bandeirantes AM em São Paulo. O programa foi idealizado por Estevam Sangirardi para ser intimamente ligado ao futebol e, seus personagens, foram criados para representar os torcedores dos principais times paulistas com seus trejeitos e manias, alegrias e tristezas, vitórias e derrotas.
Esta dissertação apresenta-se em dois capítulos. O primeiro conta um pouco da história do humor no rádio em São Paulo e Rio de Janeiro, analisando pelos principais programas humorísticos, numa relação cronológica desde o surgimento do meio, passando por fatos históricos e pitorescos, personagens, idealizadores e realizadores.
No segundo capítulo, faz-se uma análise do programa Show de Rádio: perfil do seu idealizador, ligação do programa com as transmissões esportivas, personagens, linguagem, quadros e curiosidades.
Concluímos que o humor no rádio era vetor que unia futebol, o cidadão comum na cultura popular. O rádio, neste sentido, é o meio de comunicação ideal para estas relações.
Palavras-chave: Humor no Rádio. Humor. Rádio. Show de Rádio. Comunicação.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linhas de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Comunicação, Cultura e Memória.
Autor(a): Daniela Delgado
Orientador(a): Juan Droguett
Data da defesa: 24/03/2005
Resumo: Mídia e moda, encenações de um espetáculo situa o dialogo interdisciplinar entre os meios de comunicação social e a moda como objeto de estudo desta dissertação, no contexto da cultura midiática, identificando a moda como fenômeno social, declinado na produção televisiva, através de uma linguagem audiovisual, espetacularizando as formas da produção cultural: o imaginário, o simbólico e o real. São analisados três desfiles representativos das tendências da moda atual: As mil e uma noites de John Galliano, O espetáculo efêmero de Victoria’s Secret e Os efeitos do real de Jum Nakao.
Palavras-chave: Mídia. Moda. Espetáculo. Linguagem. Televisão.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Moda, Comunicação e Cultura.
Autor(a): Eduardo dos Santos Natário
Orientador(a): Solange Wajnman
Data da defesa: 14/04/2005
Resumo: Esse trabalho realiza uma análise da interface do Controle Remoto da televisão e da interatividade a partir da evolução das características tecnológicas desse meio.
A hipótese dessa pesquisa é de que o Controle Remoto é uma variável importante para a composição da imagem da televisão e de que ele contribui para tornar a programação da TV mais fragmentada, interativa e a imagem mais desreferencializada.
Para analisar a evolução das interfaces interativas, são relacionados os mediadores do acesso à distância, como telefone, controle remoto e Internet que trabalham junto à TV. Percebemos o Controle Remoto como algo que se acopla ao nosso sistema nervoso central e amplia, não apenas na visão da máquina como prótese, mas como algo extensor dos nossos sentidos.
Privilegiamos as interfaces que compõem a interatividade nas diferentes fases da TV, desde a primeira televisão eletrônica de 1927 até as evoluções tecnológicas do início desse século. Abordamos o Controle Remoto tanto do ponto de vista conceitual quanto em relação à sua materialidade, pesquisando o contexto da digitalização, da interatividade, do hibridismo tecnológico e da convergência como Totem do atual contexto comunicacional, pois é principalmente através dele que a interatividade é proporcionada.
Palavras-chave: Interatividade. Controle Remoto. Televisão.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Moda, Comunicação e Cultura.
Autor(a): Renata Valéria Calixto
Orientador(a): Juan Droguett
Data da defesa: 20/04/2005
Resumo: A voz do adolescente do interior – um estudo da linguagem e da influência da mídia em São José do Rio Pretotrata da produção linguística e cultural desta parcela da população do interior paulista, telespectadora da mídia televisiva. A imagem do adolescente é constituída a partir de fenômenos da fala e da língua, que nesse espaço adquirem uma fisionomia própria, uma variante em que o sotaque resulta um traço identitário desta sociedade no contexto da cultura dos meios de comunicação social.
Palavras-chave: Adolescente. Mídia Televisiva. Contexto Midiático. Linguagem. Sotaque do Interior.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Cultura Midiática e Grupos Sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia e Cultura.
Autor(a): Carla Montuori
Orientador(a): Antonio Adami
Data da defesa: 02/05/2005
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo realizar um estudo de caso do Jornal Nacional, com o intuito de identificar os possíveis mecanismos utilizados por esse noticiário na conquista da audiência. Retomando alguns acontecimentos que marcaram a trajetória histórica do telejornal e, por meio de uma análise das edições atuais, demonstraremos como a estrutura noticiosa do JN orienta-se a partir de interesses políticos e econômicos.
Com base na visão semiótica de Charles Sanders Pierce, estudaremos ainda os efeitos receptivos do cenário de apresentação e dos apresentadores do Jornal Nacional, verificando com os elementos ali presentes contribuem para a construção de um vínculo com o telespectador.
Palavras-chave: Comunicação. Telejornalismo. Audiência. Notícia. Jornal Nacional.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Comunicação, Cultura e Memória.
Autor(a): Daniela Baroni
Orientador(a): Antonio Adami
Data da defesa: 31/05/2005
Resumo: O resumo desenvolve uma pesquisa qualitativa em três programas de jornal impresso para escola. Tal iniciativa é tomada por empresas jornalísticas que visam a conquistar um novo mercado, definido como público escolar. Para isso, realizam guias didáticos, também denominados produtos midiáticos, sempre de acordo com a realidade cultural de cada país. Sendo assim, o trabalho inicia-se com um recorrido histórico desses projetos, ao mesmo tempo em que pretende apontar como, quando e porque se estabelecem dessa maneira. Após o entendimento da atividade educativa como um processo, desenvolvida a partir da cultura midiática, a pesquisa caminha para uma discussão teórica e busca verificar se o conteúdo observado nos guias está de acordo ou não com o que se evoca para a comunicação e educação do futuro.
Palavras-chave: Comunicação. Jornal na Escola. Cultura Midiática.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Comunicação, Cultura e Memória.
Autor(a): Vera Maria de Vilhena Moraes Nogueira
Orientador(a): Eunice Vaz Yoshiura
Data da defesa: 02/06/2005
Resumo: Partindo das premissas de que as informações estão globalizadas pelos mass media, de que vivemos num país com uma diversidade cultural marcante e com a obrigatoriedade por lei, da presença da TV regional, criada para valorizar as identidades regionais, propõe-se a análise da programação de uma televisão local, com relação à preservação da identidade cultural. Foi escolhida a TV Beira Rio de Piracicaba, devido ao marcante hibridismo cultural e à forte tendência heteroglótica e heterofônica, gerada pelos fluxos migratórios da cultura da cana de açúcar e das universidades estaduais ali instaladas. As categorias para análise foram levantadas com referência nos estudos culturais e, em especial, no dialogismo de Bakhtin – principalmente no período em que se posiciona criticamente com relação à linguística estrutural e à poética formalista – na concepção de identidade de Stuart Hall e no processo de hibridismo referido por Canclini. Como resultados, são identificados elementos caracterizadores da identidade da cultura local na programação analisada.
Palavras-chave: Televisão Regional. Identidade. Cultura Local.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Cultura Midiática e Grupos Sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Cultura Midiática e Turismo.
Autor(a): Fernando Pereira da Silva
Orientador(a): Anna Maria Balogh
Data da defesa: 03/06/2005
Resumo: No dia-a-dia, ao apreciarmos uma novela na televisão, não nos damos conta e nem damos importância a um elemento fundamental na elaboração desse produto midiático: a luz. Câmeras de vídeo, assim como de cinema e de fotografia, são meios de captar a luz. Conhecer a luz e entendê-la, estudar como os mestres da pintura lidaram com ela e como ela se comporta tecnicamente é imprescindível para quem trabalha com a criação e elaboração de imagens, pois trata-se de ingrediente-chave da percepção visual, na orientação de tempo e espaço, além de afetar nossas emoções.
Um bom roteiro, com tramas e argumentos bem delineados, não basta para envolver completamente o espectador. É necessário ter a noção exata de que a criação de ilusões visuais é fundamental para que despertem no receptor sensações e emoções já vivenciadas por ele, ou ainda que possam surpreendê-lo de forma agradável. Para que esse objetivo seja alcançado, a iluminação bem trabalhada de personagens e cenários é fundamental.
A telenovela Cabocla, da Rede Globo de TV e aqui analisada, é um bom exemplo de qualidade da imagem televisiva ofertada ao telespectador brasileiro nos dias de hoje. Um dos elementos para essa qualidade foi a luz empregada nas gravações, luz essa que tratamos ao longo dessa dissertação de mestrado.
Palavras-chave: Luz. Iluminação. Televisão. Cinema. Fotografia. Imagem.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia e Cultura.
Autor(a): Quitéria Melo de Lima
Orientador(a): Haydée Dourado
Data da defesa: 09/06/2005
Resumo: Este trabalho busca entender as relações que a comunidade do quilombo de Ivaporunduva estabelece com a mídia e de que forma essas relações são articuladas. Os processos de comunicação utilizados pela comunidade foram analisados com base nos fundamentos de Stuart Hall.
Usamos, ainda, como base, referenciais teóricos de um quadro interdisciplinar que considera contribuições de teóricos da comunicação, antropologia e história.
Em Ivaporunduva, no Vale do Ribeira-SP, existe uma comunidade remanescente de escravos que, apesar de viver relativamente isolada nos contrafortes da Serra do Mar, organiza-se e estabelece relações com representantes da cultura midiática que sobem o Rio Ribeira de Iguape para encontrá-la. Mantém uma verdadeira “central de comunicação” com computador, fax, telefone, ligados à Internet em pleno interior da Mata Atlântica. Esta dissertação pesquisa de que modos a mídia notícia o quilombo e as formas utilizadas pela comunidade em suas relações com a mídia.
Palavras-chave: Comunicação. Cultural Regional. Processos Comunicacionais.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Cultura Midiática e Grupos Sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia e Cultura.
Autor(a): Mônica Buratto
Orientador(a): Bárbara Heller
Data da defesa: 13/06/2005
Resumo: O imaginário cultural pode ser compreendido como um fenômeno que se processa na mente individual e se desenvolve por meio das representações simbólicas oriundas do meio cultural e social, construídas historicamente.
O cinema constitui-se em um suporte onde o imaginário do indivíduo encontra terreno para ser estimulado, pois expressa símbolos e signos que já foram incutidos, anteriormente na mente do espectador.
No filme Brava Gente Brasileira é possível encontrar, nos personagens e ambiente, imaginários identificados com simbologias, crenças e mitos relacionados com a história e alegorias dos exploradores portugueses do século XVIII e dos indígenas Guaicurus.
Palavras-chave: Imaginário Cultural. Cinema. Viajantes. Símbolos. Cultura.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia e Cultura.
Autor(a): Quelen Cristina Torres Pedro
Orientador(a): Antonio Adami
Data da defesa: 16/06/2005
Resumo: A cada dia novas técnicas e parâmetros são introduzidos para determinar e construir a beleza feminina. A mudança no padrão de beleza feminino nas últimas quatro décadas do século XX e início do século XXI, a forma como a mídia – em especial a revista Cláudia – e a propaganda interagem neste processo foram analisados neste trabalho.
O método utilizado foi à pesquisa qualitativa, especificamente o estudo de caso, considerando-se as edições da revista Cláudia, publicadas no período de 1961 a 2001. Os textos e as imagens sobre beleza, bem como as propagandas de lingerie, foram enfocados por evidenciarem o corpo feminino, objeto desta análise.
Palavras-chave: Mulher. Beleza Feminina. Corpo Feminino. Mídia Impressa. Propaganda de Lingerie. Revista Claudia.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Cultura Midiática e Grupos Sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Forma, Imagem e Corpo.
Autor(a): Ana Maria Chagas
Orientador(a): Solange Wajnman
Data da defesa: 23/06/2005
Resumo: Este trabalho pretende mostrar estudos e investigações exploratórias sobre a evolução do uso de veículos de comunicação, nos 20 anos de atividades do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) na Antártica, dando ênfase às questões de comunicação envolvidas na sociabilidade e no conhecimento científico, entre pesquisadores e técnicos que habitam a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF).
A dissertação historiciza o uso dos meios comunicacionais dessa nova comunidade que se diferencia pelo próprio ambiente onde vive, quanto aos veículos de comunicação que foram introduzidos gradativamente, no período de 1984 a 2004, tais como: junção-rádio, diários, cartas, fotografia, telefone, fax, TV, Internet e webcâmera.
Ao final, as reflexões indicam que os meios estudados possibilitaram que a comunicação evoluísse, de forma a desenvolver abertura para novas possibilidades de convívio humano, otimizando tanto a vida profissional como a familiar, dentro daquela comunidade.
Palavras-chave: Antártica. Comunicação. Sociabilidade.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia e Cultura.
Autor(a): Sandra Pereira de Souza
Orientador(a): Juan Droguett
Data da defesa: 24/06/2005
Resumo: Imagens de fé e de paixão no cinema tratam da crise do sujeito contemporâneo que se reflete no imaginário cultural de nossos dias. Toma como suporte midiático o filme A Paixão de Cristo, de Mel Gibson, para demonstrar como esta figura crucial na história da humanidade atrai os espectadores em torno do tema do sacrifício e da culpa coletiva representada na trama narrativa. Estabelece um percurso das obras cinematográficas que tentaram recriar o universo sagrado da fé, por meio da personagem que vive até as últimas consequências a paixão pelo ser humano. A originalidade do cineasta, que lhe valeu o êxito na mídia, é transformar o eixo da paixão em um espetáculo de massa.
Palavras-chave: Cinema. Filmes. Cultura Midiática. Fé. Paixão.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Mídia e Cultura.
Autor(a): Marcus Ramúsyo de Almeida Brasil
Orientador(a): Haydée Dourado de Faria Cardoso
Data da defesa: 29/06/2005
Resumo: Na atualidade, os fenômenos culturais revelam-se significativos nos diversos modos de configuração social – bairro, cidade, estado, país – e passam a requerer estudos específicos acerca dos questionamentos que causam e dos fatos que provocam, tendo em vista as influências, interferências e mudanças que os meios de comunicação de massa realizam na cotidianidade.
A pesquisa analisa as matrizes históricas do movimento reggae em São Luis do Maranhão, gênero musical advindo da Jamaica, na década de 1960 e que chegou ao Maranhão em meados de 1970 e estremeceu os salões de festa, alastrando-se pelas ruas e mídias da capital maranhense, caracterizado pelo groove rítmico – harmônico do duo contrabaixo/bateria e marcado na cadência contínua da guitarra.
O trabalho tem como objetivo a realização de uma prospecção para descobrir como e por que um fenômeno cultural dessa amplitude atingiu primordialmente uma cidade, um microcosmo, dentro de um país continental como o Brasil, e quais os papéis representados pela mídia neste processo singular.
A investigação tem o referencial teórico calcado em pensadores que refletem sobre as novas relações sociais, questões de desterritorialização, transnacionalização e multiculturalismo que estão no centro das atuais discussões acadêmicas. Teóricos como: Nestor Garcia Canclini, Jesus Martin-Barbero, Muniz Sodré, Stuart Hall, entre outros, foram de preponderante importância para nosso estudo, por terem como objeto de pesquisa recortes de estratos de grupos sociais menos favorecidos, com condições desiguais de realizações culturais, em relação a outros grupos hegemônicos.
O estudo pretende iniciar um diálogo para verificar os fatores que propiciam o crescimento e a consolidação do consumo de reggae em São Luís – MA, os possíveis padrões de identidade cultural presentes na divulgação e consumo dessa manifestação cultural, assim como a influência das mídias nesse processo.
Palavras-chave: Cultura Popular. Música. Comunicação.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linhas de Pesquisa: Cultura Midiática e Grupos Sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Comunicação, Cultura e Memória.
Autor(a): Vitor Paulo Palacin
Orientador(a): Juan Droguett
Data da defesa: 30/06/2005
Resumo: Fotogramas para um Documentário Antropológico tratam da imagem capturada pela fotografia, do processo de armazenagem e do movimento produzidos pela sequência do fotograma para sua difusão. Centra-se no gênero Documentário do cinema, na parte técnica da montagem, mas, sobretudo na intenção comunicativa de transmitir conhecimento sobre a realidade do passado representada pelos meios. Opera um recorte histórico-antropológico para mostrar aspectos da cultura indígena dos Tupinambás, grandes precursores da identidade brasileira do litoral, lugar de encontro dos europeus com os primeiros habitantes do Brasil. Traz como resultado a produção de um roteiro intitulado Tupinambá para justificar a apropriação teórica projetada à nossa prática profissional na área.
Palavras-chave: Documentário. Cultura Midiática. Audiovisual. Fotografia. Cultura Tupinambá.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Forma, Imagem e Corpo.
Autor(a): Expedito de Campos
Orientador(a): Solange Wajnman
Data da defesa: 30/06/2005
Resumo: Com o avanço das tecnologias da informação e da comunicação, dando ênfase ao computador conectado à Internet, tornou-se possível a instauração de novas formas de comunicação e de relacionamento entre pessoas e instituições. Neste novo meio, agora informatizado, as categorias de tempo e espaço estão constantemente sendo redimensionadas. Surgem assim, novos ambientes virtuais onde as pessoas têm a possibilidade de ser, ao mesmo tempo, autores e co-autores de produções individuais e coletivas, independentemente de onde estejam. Neste novo ambiente, novas realidades estão sendo formadas, onde pessoas criam, produzem e interferem na forma e nos conteúdos das informações e dos conhecimentos disponibilizados, fazendo com que as figuras do novo espectador passivo ou simples consumidor de informações deixem de existir ou se tornem relativizadas. Nesta perspectiva, podemos dizer que estão dadas as condições para realização da interatividade, compreendida como uma forma de comunicação bidirecional que implica participação e intervenção do sujeito na mensagem. Muitos são os ambientes que disponibilizam condições para a realização da interatividade. Um desses ambientes é a AIITV (www.alltv.com.br), a primeira TV criada exclusivamente para a Internet e que oferece ao internauta um espaço onde ele pode interagir com a emissora. Por este motivo, objetivamos analisar o conceito de interatividade com base na experiência da AIITV, buscando perceber até que ponto ele se concretiza, materializando aquilo que os teóricos da área definem como sendo interatividade. Da parte dos usuários da AIITV, como também dos integrantes da chamada “geração digital”, está cada vez mais explícito que não aceitam mais a forma tradicional de comunicação, pois compõem um coletivo desejoso de ser sujeito atuante no processo de construção do conhecimento, não aceitando mais, portanto, a condição de espectadores passivos.
Palavras-chave: Internet. Televisão. Interatividade. Tecnologia.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linhas de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Moda, Comunicação e Cultura.
Autor(a): Diogo Julien Miranda
Orientador(a): Maria Bernadette Cunha de Lyra
Data da defesa: 05/08/2005
Resumo: Este trabalho realiza um estudo das formas e modulações do personagem Zé do Caixão no universo midiático, primeiramente através do cinema e, em seguida, através da TV, da publicidade, do rádio, das histórias em quadrinhos, do teatro e das demais formas que o personagem adquiriu, ao longo de mais de quarenta anos de existência, para verificar seu caráter midiático. Iniciamos esta pesquisa com as definições sobre a materialidade na comunicação e de que forma este pensamento aplica-se aos trabalhos com o personagem Zé do Caixão. Em seguida, partimos para uma contextualização histórica, que teria propiciado o surgimento do personagem, e uma breve biografia de seu criador, desde suas origens até sua consolidação como cineasta independente.
Como se trata de uma pesquisa dentro do universo midiático, realizamos estudos comparativos e análises técnicas dos principais programas de TV, revistas, jornais e filmes cinematográficos com o personagem Zé do Caixão e seu criador, sempre privilegiando forma e estrutura, enquadrando todo este material como uma materialização dos novos estudos da comunicação moderna.
Para ilustrar nosso pensamento, diversas imagens de filmes e programas, fotografias e exemplares de revistas são utilizados como material de apoio e consulta interagindo com o texto principal.
Quanto aos resultados obtidos, percebemos que a principal característica do personagem Zé do Caixão é mesmo sua essência midiática. Nascido nas telas de cinema, transitou pela televisão, rádio, revistas e histórias em quadrinhos com a mesma desenvoltura, carisma e sucesso. Também concluímos que o fenômeno midiático da obra de Mojica fica mais impressionante ainda se pensarmos que, apesar de nascido no cinema, apenas os dois primeiros filmes de Zé do Caixão podem ser considerados autenticamente sobre a personagem. À meia-noite levarei sua alma (1964) e Esta noite encarnarei no teu cadáver (1967). Estes, realmente contam a história do coveiro Josefel Zanatas, têm uma sequência lógica e sedimentam sua imagem como anti-herói e vilão do cinema brasileiro. A partir de então, nunca mais Zé do Caixão foi o centro de suas histórias, assumindo uma posição de catalizador para todo tipo de idéia de Mojica e seus colaboradores.
Palavras-chave: Filme Brasileiro. Imaginário Sócio-Cultura. Horror.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linhas de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Forma Imagem e Corpo.
Autor(a): João Carlos Rocha
Orientador(a): Maria Bernadette Cunha de Lyra
Data da defesa: 25/08/2005
Resumo: Neste trabalho estudamos a configuração audiovisual das séries televisivas – Star Trek (Jornada nas Estrelas) e Star Trek The Next Generation (Jornada nas Estrelas a Nova Geração) – com a finalidade de selecionar e analisar seus elementos imagéticos, audiovisuais e técnicos, para detectar as formas míticas que espelham valores da cultura ocidental, situando, assim, este produto audiovisual no contexto de suas fontes produtivas.
Analisamos, também, a presença de formas míticas greco-romanas e do mundo clássico nas séries televisivas Star Trek Jornada nas Estrelas e Star Trek The Next Generation – Jornada nas Estrelas a Nova Geração.
A presença de várias figuras do mundo clássico pode revelar três condições de interesse nesse estudo: a primeira delas refere-se à presença em nosso cotidiano de personagens midiáticos que foram construídos com características de deuses e outros personagens do universo greco-romano que, por sua vez, refletem características de nosso inconsciente coletivo; a segunda delas refere-se a uma intenção implícita de “validar”, segundo a tradição ocidental, a criação de personagens midiáticos, com um certo “estofo” e identificação que nos remete a uma identificação subliminar; a terceira delas refere-se a uma visão idealizada que talvez os norte-americanos tenham de si próprios ou ainda a visão que eles gostariam que o mundo tivesse deles.
Palavras-chave: Stra Trek, Séries Televisivas, Mitologia, Cultura das Mídias.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Forma Imagem e Corpo.
Autor(a): Fernando Augusto Carvalho Dineli da Costa
Orientador(a): Solange Wajnman
Data da defesa: 25/08/2005
Resumo: Esta dissertação tem o propósito de gerar um primeiro entendimento acadêmico sobre Cartões Postais Publicitários como mídia em São Paulo. Para isso, buscamos delimitar, a partir do ponto de vista dos produtores, qual é o seu formato e quais são suas características. Os Cartões Postais Publicitários são uma mídia impressa, de conteúdo imagético e/ ou textual e, em quase sua totalidade, publicitário. Eles são distribuídos gratuitamente em displays que podem ser encontrados em locais normalmente ligados a entretenimento como bares, restaurantes, museus, entre outros.
Para chegar a esse entendimento, foram propostos dois objetivos de análise: primeiramente, entender a configuração dos Cartões Postais Publicitários como mídia a partir de seu formato, com base no ponto de vista dos produtores, mapeando suas características e tendo como palco a cidade de São Paulo; posteriormente, traçar um breve panorama histórico, definir as características predominantes ou diferenciadoras e tentar entender um meio de comunicação de conteúdo exclusivamente publicitário.
Elegemos como metodologia a proposta de Bardin (2000). A coleta de dados foi realizada a partir das teorias de Sâmara & Barros (1994). Como resultado, formulamos as seguintes categorias: institucional, publicidade de obtenção espontânea (distribuição gratuita), possibilidade de postagem, colecionáveis, torpedos, multiplicadores de impacto.
O tratamento dos resultados e a interpretação foram realizados, partindo das características/hipóteses e aplicando às mesmas as teorias das “ Materialidades da Comunicação”, de Gumbrecht (1998). Foram obtidos os seguintes resultados: dentre as características/hipóteses traçadas, apenas a “obtenção espontânea” era realmente parte do formato e uma característica da mídia; a característica/hipótese funcional foi descartada; “multiplicadores de impacto” deixaram de ser parte da configuração e a característica/hipótese funcional passou a ser vista como efeito; “torpedos”, “possibilidade de postagem” e “colecionáveis” passaram a ser definidos como usos da mídia; o nome proposto para mídia foi questionado, gerando as seguintes opções: Cartões Postais Publicitários Grátis ou Cartões Publicitários Grátis.
Nas considerações finais, realizamos uma discussão a partir de reflexões de Jean Baudrillard (1996), questionando se o cenário contemporâneo corroborou para a existência dessa nova mídia - discussão essa que nos levou a uma conclusão afirmativa.
Ao final da dissertação, em notas complementares, foi realizada uma breve análise retomando as características/hipóteses formuladas, dessa vez, com base nos conceitos de Dialogismo e Monologismo apresentados por Stam (2000), visando ampliar as possibilidades da discussão sobre a mídia.
A dissertação foi composta com a seguinte estrutura:
Capítulo 1− Mas afinal o que são Cartões Postais Publicitários?:
entendimento histórico internacional e nacional, e uma iniciativa de registro formal sobre a mídia.
Capítulo 2 − Cartões Postais Publicitários, sua configuração: descrição detalhada dos Cartões Postais Publicitários, seu processo comercial, sua herança cultural. Neste capítulo, definimos as características/hipóteses e realizamos teste inicial contra um caso de mercado.
Capítulo 3 − As “Materialidades da Comunicação” e os Cartões Postais Publicitários: explanação da teoria e teste das hipóteses, em uma abordagem teórico-científica, para obtenção de respostas aos objetivos propostos.
Considerações finais: ampla discussão sobre a ocorrência dos Cartões Postais Publicitários como mídia; e
Notas Complementares: análise relativa ao conteúdo da mídia, quase exclusivamente publicitário.
Palavras-chave: Cartões Grátis. Cartões Postais Publicitários. Cartões.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linhas de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Moda, Comunicação e Cultura.
Autor(a): Vanessa de Lima Licori
Orientador(a): Anna Maria Balogh
Data da defesa: 26/08/2005
Resumo: A mídia exerce um importante papel na atividade turística, pois, através do merchandising, influencia na decisão dos visitantes quanto a escolha de uma destinação para passar os seus momentos de lazer.
A novela em questão, exibida entre 26 de janeiro e 27 de agosto de 2004, mostrou as belezas do Maranhão, despertando no imaginário dos telespectadores a vontade de conhecer o cenário paradisíaco onde Preta e Paco (protagonistas vivenciados por Thaís Araújo e Reinaldo Gianecchini) viveram momentos amorosos nas areias do “Parque dos Lençóis Maranhenses”. O local constituiu um dos principais atrativos turísticos do estado, despertando, assim, o desejo dos futuros viajantes. A televisão — por sua riqueza de recursos expressivos e por sua própria trama dramatúrgica — é dotada de alto poder de persuasão, imprescindível para o sucesso do merchandising turístico. Todos esses elementos e suas relações são objetos de análise nesta dissertação.
Cabe lembrar que as telenovelas visam não apenas o espectador brasileiro, mas também o estrangeiro com o incremento cada vez maior das exportações do formato. A pesquisa demonstra que os investimentos do governo do Maranhão no merchandising de suas belezas turísticas, presente na trama bem realizada de “Da Cor do Pecado”, foram rentáveis , pois serviram de fomento ao turismo.
Nosso referencial teórico é construído em dois pilares: marketing e Telenovela. Assim, na área de marketing nos alicerçamos em Christian Nielsen, quando focamos turismo e mídia; Philip Kotler, quando tratamos de marketing; Marcos Pereira, Gil Nuno Vaz e Keila Cristina Nicolau Mota, quando tratamos de marketing e cidades turísticas; Antonio Costa e Edison Talarico, quando tratamos de marketing promocional. Na área da ficção seriada, utilizamos vários autores e textos: entre eles, Ismael Fernandes, sobre a memória da telenovela brasileira; Renato Ortiz, Sílvia Borelli e José Mário Ramos, sobre a história e produção da telenovela; Maria Lourdes Motter, sobre ficção e realidade; Michèle e Arman Mattelart, sobre a ficção na TV; Heloisa Buarque de Almeida, sobre a telenovela como produto de consumo; Anna Maria Balogh, sobre a análise do discurso da ficção brasileira, entre outros autores.
Palavras-chave: Telenovelas. Maranhão. Turismo. Merchandising.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linhas de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Comunicação, Cultura e Memória.
Autor(a): Ludovico Miguel Adami
Orientador(a): Solange Wajnman
Data da defesa: 26/08/2005
Resumo: A importância desta pesquisa se mostra principalmente na constatação de que atualmente os meios de comunicação estão tecnologicamente em transformação, principalmente aqueles relacionados à digitalização das informações e a elementos publicitários que desenvolvam uma nova configuração de funcionamento e utilização de seus valores; porém o mais importante é que esta transformação se dá também em nível de conteúdo, da criação à veiculação; daí a justificativa de pesquisas que tratem deste novo meio, a Mídia Exterior.
Nossa pesquisa parte de questionamentos, quando analisamos a Mídia Exterior: (1) Qual a importância desta nova mídia no mercado publicitário brasileiro? (2) Este novo meio está criando realmente uma nova cultura no contexto da criação e veiculação publicitária? Tentando responder a estas questões elaboramos como hipóteses que o meio de comunicação Mídia Exterior pode realmente refletir um novo panorama midiático, com uma nova configuração dos meios tradicionais de comunicação, como TV, Rádio, Jornal e Revista; estes, adequando-se a uma nova realidade no parque midiático nacional.
Nesse sentido, buscamos fazer evoluir pesquisas que focalizem a questão da real importância e a capacidade comunicativa deste meio. Nosso estudo foi então fundamentado em pressupostos teóricos, considerando, entre outros autores, Jesús Martin-Barbero, Lúcia Santaella, Stuart Hall, Raymond Williams, Nestor Garcia Canclini, e profissionais do mercado publicitário, com maior atenção àqueles cujas reflexões giram em torno da elaboração do crescimento, das tendências midiáticas e da influência cultural da Mídia Exterior no panorama publicitário brasileiro.
Estruturamos a dissertação em três capítulos. No primeiro, focamos a configuração histórica dos meios de comunicação, como se popularizaram e sua força evolutiva; demonstramos a fragmentação das audiências através das intervenções tecnológicas, principalmente a implementação do sistema digital em transmissões eletrônicas, iniciando a análise de um novo modelo de planejamentos estratégicos na publicidade, contemplando a Mídia Exterior como reflexo disso. No segundo capítulo, demonstramos o contexto da mídia exterior no mercado publicitário, quanto representou e quanto representa financeiramente na publicidade, o que é e como é formatada, seu funcionamento e suas tendências como meio; explanamos seu aspecto enquanto forma de integração urbana nas grandes cidades onde funcionam e são expostas como veiculações de propaganda, propondo alternativas no que diz respeito à poluição visual; quantificamos os vários meios de comunicação no panorama publicitário e elaboramos um estudo de caso com a campanha publicitária do banco Itaú. No terceiro capítulo, tratamos das relações da Mídia Exterior na cultura midiática: sua influência na sociedade, onde atua ininterruptamente, revelando novos signos no contexto publicitário.
Palavras-chave: Mídia Exterior. Publicidade. Comunicação. Mercado Publicitária.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linha de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Autor(a): Evelise Pascuotti Coutrim
Orientador(a): Anna Maria Balogh
Data da defesa: 29/09/2005
Resumo: A análise proposta nesta pesquisa visa um entendimento do cenário da fatalidade presente no texto escrito e no texto adaptado para TV de Os Maias, obra-prima de Eça de Queiroz, desvelando as transgressões - referentes ao adultério, suicídio e incesto – num reconhecido processo cíclico.
A pesquisa envolveu consultas a vários estudos, críticas e comentários, entre outros referenciais, para se alcançar êxito no enfrentamento de questões basilares a respeito da obra e também dos propósitos do versado autor, o qual apresenta a narrativa envolta em significações pretensiosas à espera de um olhar atento.
A pesquisa valeu-se de pequenos recortes vindos da obra literária, que se mostraram suficientes para enriquecer a compreensão da minissérie. Posto à prova por um público carente das sutilezas próprias do universo queiroziano, o romance resistiu e triunfou como verdadeiro espetáculo, em cenas de rara beleza artística advinda deste trabalho primoroso da televisão brasileira.
Quanto aos resultados obtidos, consideramos que a minissérie Os Maias, chamou a atenção ao enfatizar temas sedutores como incesto, adultério e suicídio. O adultério aparece como única violação, mencionada neste trabalho, que se encontrava tipificada como ‘crime’ em nosso Código Penal e que se quedou, porém, ao comportamento e aos valores da sociedade brasileira nos tempos recentes, ultrapassando o dispositivo legal e tornando-se, por fim, obsoleta. Este fato confirma a possibilidade de a moral vir a construir outras normas de conduta, conduzindo a uma nova ótica da lei a seu respeito, resultando na sua discriminalização.
Palavras-chave: Fatalidade. Transgressões. Adaptação Televisiva.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linhas de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Comunicação, Cultura e Memória.
Autor(a): Daniela Pereira Tincani
Orientador(a): Antonio Adami
Data da defesa: 30/09/2005
Resumo: A dissertação PRA-7: “A estação do coração de São Paulo” resgata a história da sexta emissora de rádio do país a conseguir licença de funcionamento. Este estudo verifica, também, a relação entre a Rádio Club de Ribeirão Preto e a cultura local.
Para isto, o estudo começa por caracterizar a região sob os pontos de vista político, econômico e sócio-cultural, dentro do período de 1870 a 1930, que antecedeu a fundação da PRA-7. Este período foi de grande importância para o desenvolvimento da região estudada, principalmente, em função da cultura cafeeira. Além da região, são descritos os principais acontecimentos no Brasil, com a finalidade de se fazer uma correlação entre a situação regional e a nacional.
Após caracterizar o contexto histórico em que nasceu a emissora, apresentam-se quatro principais fatores que tornam a rádio PRA-7 uma pioneira em diversos ramos da radiotransmissão.
Realizada a contextualização e a descrição das principais ações da emissora, a dissertação apresenta a correlação entre a PRA-7 e a cultura regional, em que se descreve a história da cultura no Brasil e aborda-se a questão local.
O estudo conclui que, no estudo de caso realizado, a emissora é local nas dimensões de proximidade, singularidade, diversidade e familiaridade. Por esta razão, transmitia programas que representavam as raízes da cidade e participava ativamente das ações comunitárias de Ribeirão Preto; mas, por outro lado, seguia, também, os paradigmas das emissoras de São Paulo e Rio de Janeiro, até porque a cidade de Ribeirão Preto era peculiar em suas raízes, ao ser urbana e cosmopolita, seguindo, portanto, tendências das grandes cidades como Paris, São Paulo e Rio de Janeiro.
Palavras-chave: Comunicação. Rádio. Rádio em Ribeirão Preto.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linhas de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Comunicação, Cultura e Memória.
Autor(a): Sérgio Bairrada das Neves
Orientador(a): Barbara Heller
Data da defesa: 27/10/2005
Resumo: O estudo apresentado tem por objetivo examinar as estratégias de comunicação adotadas pela revista Mais Feliz, lançada pela Editora Símbolo em novembro de 2002, para conquistar leitoras em potencial e conservar a fidelidade dos leitores das classes sócioeconômicas média e inferiores. Notou-se que, em uma publicação de caráter comercial como a Mais Feliz, os aspectos mercadológicos são os mais importantes e a dependência dos investimentos gerados pela comercialização de espaços publicitários são fundamentais para a sobrevivência operacional deste tipo de publicação. Para se atingir os objetivos desta investigação, foram aplicados os conceitos teóricos de Mikhail Bakhtin, no campo da linguística; de Nestor Garcia Canclini, no campo da antropologia - baseados em estudos culturais na América Latina e México; e também os estudos de Jesus Martin-Barbero, no campo das ciências da comunicação. Para entender e aprofundar melhor no objeto, também foi necessário mergulhar em conceitos da administração mercadológica, principalmente nos de Raimar Richard - conhecedor da cultura mercadológica praticada no Brasil. O gênero de revista popular e comercial dirigida para as classes média e inferiores ainda é novo no Brasil: começou de maneira mais séria e consistente, em 1996, no auge do Plano Real, que trouxe uma estabilidade econômica que há muito tempo não existia. Para alcançar os seus objetivos, as editoras de publicações periódicas, além de uma sólida e competente estrutura administrativa, precisam ter a capacidade de cumprir um papel de mediação equilibrada e harmoniosa entre dois públicos de naturezas totalmente diferentes: as leitoras e os anunciantes. As leitoras da revista Mais Feliz buscam, em uma publicação periódica de preço acessível ao seu poder de compra, informações atuais sobre diversos assuntos relacionados ao seu cotidiano e mais: entretenimento e prestação de serviços. Os anunciantes, por sua vez, orientados muitas vezes por suas agências de propaganda, são empresas que buscam maneiras de se tornarem conhecidas por seu consumidor potencial e, para isto, precisam de meios que permitam propiciar visibilidade para as suas marcas comerciais e fazer com que elas sejam sempre lembradas na hora da compra de algum produto ou serviço. Ao examinar as estratégias utilizadas pela revista Mais Feliz, observa-se que elas estão levando a uma hiper-segmentação mercadológica da população, o que leva a corroborar com os argumentos de Nestor Garcia Canclini sobre a interferência do consumo privado de bens e dos meios de comunicação de massa na representação simbólica da cidadania e nas identidades culturais do nosso tempo.
Palavras-chave: Meios de Comunicação. Propaganda. Cultura de Massa.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linhas de Pesquisa: Cultura Midiática e Grupos Sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Forma, imagem e corpo.
Autor(a): Pedro Luiz Ghedini Vlcov
Orientador(a): Carla Reis Longhi
Data da defesa: 10/11/2005
Resumo: Este trabalho visou estudar a interferência da Comunicação Digital na Comunidade de São Gabriel da Cachoeira – AM, na Região do Alto Rio Negro, através de análise dos resultados obtidos na implementação de um projeto comunitário transdisciplinar, denominado Projeto Telemar Educação, focado no uso da Internet como meio de inserção em uma comunidade virtual de aprendizagem, buscando identificar se ainda assim é possível preservar a identidade cultural indígena local.
Quanto à metodologia de pesquisa, o trabalho insere-se na categoria analítico-descritiva, segundo Bogdan e Bikle, tendo o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento. Os problemas são estudados no local onde ocorrem, sendo predominantemente descritivos, sem qualquer manipulação intencional do pesquisador, cuja preocupação é maior com o processo do que com o produto. Os dados são obtidos a partir da análise dos relatórios preenchidos, de dossiês anuais de publicações feitas na Internet e por outros registros escritos, tentando captar a perspectiva dos participantes indígenas.
A fundamentação teórica para este trabalho científico, baseia-se, principalmente, na leitura de Jesus Martin Barbero e Nestor Garcia Canclini, entre outros autores. Embasamo-nos em Stuart Hall, no exame da questão da identidade cultural, globalização e contratendências da globalização; em J. L. Santos, para definição da cultura; em R. A. Ulmann, na questão dos sentidos da cultura; em Hans Ulrich Gumbrecht na teoria materialista da comunicação; em Daniel Munduruku, sobre as questões indígenas e para obtenção de sentido ao adentrarmos na verdadeira maneira de pensar destes povos; em Eliana Potiguer, a respeito da identidade cultural sob a ótica indígena; em Pierre Lévy, nas tecnologias da inteligência; em Edgar Morín, nos sete saberes; em Philippe Perrenoud, nas competências para ensinar.
Concluímos que é possível uma comunidade indígena preservar sua identidade cultural estando inserida em um universo digital, sendo participante do mundo globalizado. Porém, essa preservação dependerá muito da forma como essa comunidade for introduzida nesse universo digital, do espaço que irá encontrar para fazer com que sua voz seja ouvida e de como participará do mundo globalizado.
Palavras-chave: Inclusão Digital Indígena. Comunicação Digital.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linhas de Pesquisa: Cultura midiática e grupos sociais.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Política, mídia e cultura.
Autor(a): Gláucia Jacuk Herman
Orientador(a): Antonio Adami
Data da defesa: 17/11/2005
Resumo: “É possível adaptar um romance histórico para a TV, considerando os elementos de mercado e, portanto, de produção, sem perder a seiva do texto original ou de partida? Como foram resolvidas as questões de ruptura de linguagem durante o processo de adaptação?” Estes foram os problemas detectados para esta pesquisa e consideramos como hipótese que ─ por tratar-se de duas obras em suportes distintos, literário e audiovisual - as conjunções e disjunções entre as duas são pertinentes ao processo de transmutação intertextual, resultando simultaneamente em autonomia e cumplicidade.
Ao observarmos a constância das adaptações literárias tanto para a TV quanto para o cinema, na cultura brasileira, justificamos a importância de estudos que abordem o fenômeno.
Utilizamos como metodologia a análise narrativa e midiática do romance e da minissérie A Casa das Sete Mulheres, com um estudo detalhado das características de cada uma das obras.
Nosso embasamento teórico constitui-se de textos de estudiosos como Anna Maria Balogh, Antonio Adami, José Luiz Noriega, Tânia Pellegrini, Hélio Guimarães, Flávio Aguiar, Marcel Martim, Victor Manuel da Silva, Antonio Cândido entre outros.
Quanto aos resultados obtidos, consideramos que o produto final de toda adaptação ou tradução intertextual de uma obra literária, para outro suporte, aponta para a visão que o diretor tem do texto transmutado. Trata-se da concretização de sua leitura pessoal.
Consideramos, também, que cada leitor cria suas próprias imagens, sem custos de produção e sem limites de realidade ou ficção, enquanto a transformação do texto escrito em texto audiovisual pressupõe várias escolhas, decisões, alterações, acréscimos, cortes. A linguagem literária constitui-se de formas abstratas, enquanto a linguagem audiovisual deve recorrer a equivalentes expressivos que retratem a visão do diretor do universo literário, impossibilitando-o, portanto, de abarcar a multiplicidade de significação intrínseca ao texto escrito.
Palavras-chave: Adaptação Literária. Minissérie Televisiva.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linhas de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Comunicação, Cultura e Memória.
Autor(a): Patrícia Moraes Ribeiro
Orientador(a): Antonio Adami
Data da defesa: 21/11/2005
Resumo: Como acontece o sexo virtual ou o relacionamento com o outro? Será que, neste ambiente virtual, as máscaras cibernéticas são colocadas a cada conexão e a cada nickname ou, de fato, retiradas? Este trabalho aborda a comunicação na mídia Internet, a partir do tema do sexo e da sexualidade. De modo específico, procura discutir a relação entre comunicação, sexualidade, mídia on-line, encontros e tecnologia como extensão do homem. A presença do sexo nessa mídia ainda é polêmica, pois as novas tecnologias oferecem ferramentas cada vez mais poderosas para concretizar esse entrelaçamento comunicacional. A busca do prazer on-line faz parte do cotidiano de grande parcela da população mundial e vem transformando a sociedade como um todo: pode-se afirmar que vivemos hoje uma nova modalidade sexual - o sexo virtual - propiciada pelo computador, que acelera os contatos em geral.
Hoje, 20 milhões de usuários do mundo conectam-se à rede em busca de sexo, em busca de alguém para um relacionamento, o que pode indicar amplas mudanças de hábitos sócio-culturais. O que leva homens e mulheres das mais variadas idades a buscar o sexo virtual? Como ocorre a busca do prazer na mídia on-line? Para Michel Foucault, a sexualidade depende, necessária e intrinsecamente, da discursividade, da narrativa e dos enredos. O sexo na mídia Internet, por meio dos chats, sites de encontros, mensageiros instantâneos, blogs e e-mails seria uma forma contemporânea e tecnológica de reconhecer essa discursividade que sempre acompanhou a sexualidade.
Segundo Sigmund Freud, o indivíduo busca sempre o bem estar máximo: a felicidade. E a sociedade, com seus meios de controle, torna a realização dos instintos inatingível. Seguindo o princípio do prazer, a rede virtual seria responsável por criar uma atmosfera de gratificação e bem estar que diminui as barreiras inibidoras e de influência sobre o homem. A dimensão da rede ainda é um desafio que impressiona e amedronta, que precisa ser estudada e não apenas encarada a partir de teorias antigas. O desenvolvimento desse meio de informação dá-nos a sensação de que a história se acelera. As especulações sobre a Aldeia Global, o Ciberespaço e a sociedade atual dividem opiniões.
Mcluhan, Pierre Lévy, Lucia Leão, Negroponte, Felline, Foucault, Ciro Marcondes Filho, Ana Maria Nicolai, Jean Baudrillard, Raquel Paiva, Alice Sampaio, Wilson Dizard Jr., André Lemos, André Parente, entre outros, são alguns dos pensadores que serviram de referência neste trabalho e como teóricos embasadores desta pesquisa. Edgar Morin, Michel Maffesoli, Juan Luis Cebrian, Josep Straubhaar, Robert LaRose, Guilles Lipovetsk e outros também têm considerados alguns de seus conceitos, nesse diálogo da “dialética do ciberespaço”, construída pelas teorias de diversos pensadores como Lévy, Negraponte, Lucia Leão, dentre outros. Mas também encontramos na literatura outros pensadores de prestígio que discutem o comportamento humano em geral. Clássicos ou modernos, a intenção é pulsar a análise e o diálogo entre eles. Foucault, Jean Baudrillard, Sagan, Freud, Lacan, Jung, entre outros, fazem parte desse discurso. Recorreu-se a várias ferramentas da Internet: as salas de bate papo, ou chats, voltadas para o sexo, sites de encontros, o correio eletrônico, os Blogs, sites que tratam de sexualidade e e-mails que circulam na rede.
Outro recurso de grande importância para o desenvolvimento e localização do objeto de pesquisa foi o endereço eletrônico. Para isso foi necessário o desenvolvimento de um website, <http://www.sexonarede.com.br>, que esteve no ar de janeiro de 2004 a janeiro de 2005, disponibilizando a pesquisa elaborada com 66 questões. O total de respondentes, durante esse período, foi de 1.060 pessoas: 842 homens e 217 mulheres.
Um fato interessante que concluímos com esta pesquisa é que as pessoas com nicks femininos, ou mulheres de verdade, são mais assediadas que os homens. Elas não precisam nem sequer entrar e se manifestar para o diálogo, pois de imediato são bombardeadas por diversos convites de conversa dos mais variados tipos. Outro fator que foi visível são os nicks usados por mulheres: estes são menos apelativos do que os usados por homens.
Outro fato marcante encontrado na pesquisa é que, nestas salas, encontramos todo tipo de gente que, protegidas pelo anonimato, comportam-se livremente, inclusive assumindo outras personalidades, assumindo um “baile de máscaras”.
Finalmente, concluímos que uma nova cultura está se construindo a cada instante em que mensagens são trocadas, em tempo real ou não: a cibercultura, que se situa, apenas cronologicamente, após a cultura de massa e a cultura midiática.
Palavras-chave: Comunicação. Internet. Sexo Virtual. Sex.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linhas de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Comunicação, Cultura e Memória.
Autor(a): Fábio Lima Freire
Orientador(a): Antonio Adami
Data da defesa: 21/12/2005
Resumo: O presente trabalho tem como pressuposto a análise da formação do complexo jornalístico em São Paulo no século XIX e nas duas primeiras décadas do século XX, quando surgem duas importantes revistas paulistas: O Pirralho e Klaxon. Eram anos de grande agitação e transformação da cidade de São Paulo. Assim, esses periódicos refletem a sociedade da época e o público que as lia naqueles tempos: “os anos loucos”. O trabalho analisa a formação e conteúdo destas duas revistas, estabelecendo hipóteses da razão de seu surgimento e de suas possíveis trocas de idéias com vanguardas internacionais.
Nossa metodologia de pesquisa está focada em um estudo de caso. Nosso referencial teórico foi Nélson Werneck Sodré, tratando da História da Imprensa no Brasil; Cândido Malta Campos, tratando da evolução urbanística de São Paulo; Heloísa Faria Cruz, tratando da evolução das revistas paulistanas; o livro Um Homem sem profissão, de Oswald de Andrade, tratando da evolução da cidade e de sua história particular, que menciona como O Pirralho nasceu; Edgard Carone, que menciona o desenvolvimento da indústria na cidade; Franco Cenni, que menciona a imigração italiana para São Paulo, aliás com relatos emocionantes; Márcia Camargos, que menciona o intrépido Freitas Valle, Senhor dos Salões da Villa Kyrial; Carla Reis Longhi, que comenta a vida da cidade, dos bairros e dos estabelecimentos comerciais, fazendo parecer que estamos ali à espera do que irá acontecer; Okky de Souza, falando sobre os 450 anos da cidade, que menciona os costumes e mudanças que São Paulo sofre ao longo de sua história; Helena Carvalho de Lorenzo e Wilma Peres da Costa, que organizaram diversos artigos sobre a trama de histórias que construíram nosso país na década de 20; Sylvio Floreal, comentarista da noite paulistana, observador esquecido pelo tempo, que menciona com seus relatos a vida do submundo paulistano. A evolução do jornalismo na América latina e, particularmente, no Brasil, por meio dos relatos de José Marques de Melo; a revista The journal of Decorative and Propaganda Arts, na qual José Mindlin nos mostra as principais revistas brasileiras do século XIX e XX; Maria Celeste Mira, que menciona a trajetória das revistas em diversas décadas; Márcia Padilha, que menciona o desenvolvimento da propaganda na cidade nos anos 20.
Realizamos pesquisas em diversas bibliotecas e instituições de São Paulo: entre elas, a Biblioteca da Universidade Paulista (UNIP), a Biblioteca Mário de Andrade, a Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Bibliotecas da Escola de Comunicação e Artes e da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, Editora Abril e Sebos de São Paulo. A partir dessas pesquisas, pudemos definir e fazer evoluir o corpo desta dissertação com quatro capítulos:
1. A cidade e as revistas: a cidade se expande e a imprensa se estabelece.
2. As revistas e as primeiras ilustrações.
3. O boom das revistas no século XX.
4. O Pirralho e Klaxon.
Como conclusão dessa pesquisa, pudemos perceber que, para o aparecimento e aprimoramento dessas primeiras revistas, do século XIX e XX, precisamos de décadas de esforço intelectual e técnico.
A partir da década de 10, nascem as primeiras revistas anunciando um novo século cheio de novidades, como a propaganda que saiu dos pequenos impressos e que foi se alojar nos tetos de prédios, pintada nas telhas, anunciando chocolates “Falchi” e remédios. Essas propagandas pintadas são os primeiros outdoors.
Foi a propaganda que percebeu que o meio mais fácil de atingir seus consumidores seriam as revistas. É na revista O Pirralho que se percebeu esta importante convivência e esta revista soube explorar a maneira mais eficiente de sobreviver. O fato de anunciar e vender os mais variados produtos salvou O Pirralho de uma vida curta, como a maioria das revistas da época.
Os costumes tiveram uma significativa mudança a partir do momento em que as revistas estampavam fotos de pessoas frequentando os primeiros cinemas, ringues de patinação, piqueniques nos parques. Esses fatores educaram a população da cidade que crescia em São Paulo. Foi determinante para a modernização de costumes, o fato de existir um público ávido por novidades, que poderiam ser facilmente encontradas pela primeira vez na revista O Pirralho.
As pessoas poderiam saber o que acontecia de especial na cidade por meio da leitura de uma revista que comentava fatos políticos e sociais.
O PIRRALHO não era uma revista cultural, porém apresentava em seus quadros importantes colaboradores como Oswald de Andrade e Marcondes Machado. O tempo visto nas fotos da revista mostra-nos a cidade em que nós vivemos hoje e que não se sofisticou nas últimas décadas, como podemos imaginar. A cidade tinha uma sofisticação que só podemos constatar observando fotos antigas; daí podermos imaginar a beleza do que foi nosso centro. É nessa revista que observamos a formação da classe média paulistana, a formação do gosto e seus interesses, e a organização de uma cidade que se perde a partir da década de 20 em meio a sua própria transformação. Nessa década, acontece uma alteração no centro histórico, que é derrubado para a construção de prédios, apesar de ainda conviver com ruas de terra e bosques em plena cidade. A nova década é determinante para o amadurecimento da população que perde, aos poucos, o costume de conviver com o final da “belle époque tropical” e fica frente ao novo espírito moderno, “destruidor, que idolatra máquinas, indústrias e carros velozes”. Então, surge momento certo para o aparecimento da revista Klaxon, direcionada a uma elite intelectual. A revista buscava o novo, o moderno, como os novos tempos determinavam. Porém, esqueceu-se da lição anterior deixada pela O Pirralho.
A Klaxon veste sua roupagem modernista sem se importar com os anunciantes, fator determinante para seu fim. Ficam, no entanto, todas as inovações deixadas por ela e que ainda nos espantam por serem tão atuais.
Palavras-chave: Revistas. Cidade. Vanguarda.
Área de Concentração: Comunicação e Cultura Midiática.
Linhas de Pesquisa: Configuração de Linguagens e Produtos Audiovisuais na Cultura Midiática.
Grupo de Pesquisa da UNIP cadastrado no CNPq: Comunicação, Cultura e Memória.